Maus-tratos a animais crescem 17 casos no Oeste Paulista; multas somam R$ 153 mil
Crescimento de maus-tratos a animais no Oeste Paulista

Os casos de maus-tratos e abandono de animais apresentaram um aumento preocupante na região Oeste Paulista. Dados da Polícia Ambiental revelam que, entre janeiro e novembro de 2025, foram atendidas 310 denúncias de crueldade contra animais, um número que supera em 17 os 293 registros contabilizados ao longo de todo o ano de 2024.

Multas e a importância da denúncia formal

O valor total das multas aplicadas pela Polícia Ambiental por maus-tratos na região, que abrange 53 municípios, já alcançava a marca de R$ 153 mil até novembro. As autoridades reforçam que o registro formal é um passo essencial para desencadear investigações e aplicar medidas legais eficazes.

"Sem a denúncia, muitos casos seguem invisíveis, e a violência continua acontecendo dentro de casas, quintais e estabelecimentos", alertou a corporação. Além de punir, as denúncias têm um caráter preventivo, permitindo que as equipes identifiquem agressores e ambientes de risco para impedir novos episódios.

A Polícia Ambiental destaca que denunciar vai além da esfera legal, sendo uma postura ética e social fundamental. "A participação da população é vista como fundamental para promover uma cultura de respeito e empatia, reforçando que a sociedade não tolera qualquer forma de violência contra animais".

Panorama alarmante em Presidente Prudente

Focando em Presidente Prudente, a situação é igualmente grave. Somando os atendimentos do 156 da Prefeitura, da Polícia Militar e da Polícia Ambiental, foram registradas quase 670 denúncias até 24 de outubro. As fiscalizações realizadas apenas pelo serviço 156 tiveram um aumento expressivo de 42% neste ano.

Os números municipais mostram uma escalada: em 2024 foram 338 casos de maus-tratos, enquanto em 2025, até 24 de outubro, já se somavam 481 ocorrências.

No front de acolhimento, o abrigo municipal de Presidente Prudente é um refúgio para os animais resgatados. Atualmente, abriga 44 cães, sendo 37 adultos e sete filhotes. Desse total, dez animais possuem algum tipo de deficiência, como problemas locomotores, neurológicos ou sequelas físicas e emocionais.

Perfil dos animais resgatados e alerta sobre falsas denúncias

O gerente do abrigo, Guilherme Foltram da Silva, de 32 anos, detalhou que os casos mais comuns envolvem a falta dos cuidados mais básicos. "São os que não apresentam os cuidados básicos com os animais: água e comida à disposição, área limpa com cobertura", explicou. Os animais chegam ao local frequentemente com magreza excessiva e doenças de pele.

Entre as situações mais recorrentes, ele cita o abandono de filhotes sem a mãe, um ato cruel que muitas vezes leva à morte dos animais, mesmo após o resgate. Todos os bichos recebidos passam por um processo completo de recuperação: são cuidados, medicados, vacinados, chipados e, quando restabelecidos, colocados para adoção.

Guilherme também fez um alerta importante: "Alguns, por virem para cá após sofrer maus-tratos, acabam ficando com pequenos traumas que ao longo do tempo vão sumindo". Ele orienta a população a denunciar casos de maus-tratos à Polícia Civil ou pelo disque-denúncia 156 da prefeitura.

A administração municipal, por sua vez, reforça a necessidade de responsabilidade ao fazer uma denúncia, pedindo que se evitem registros falsos ou motivados por desentendimentos pessoais entre vizinhos, que desviam recursos e atrasam o atendimento a casos reais.

Os animais do abrigo estão disponíveis para adoção por pessoas maiores de 18 anos, que precisam apresentar documento com foto e comprovante de residência. Interessados podem buscar mais informações pelo telefone (18) 99661-9353.