Fênix, o cãozinho baleado na Cidade de Deus, luta pela vida com fratura grave
Cão baleado na Cidade de Deus tem fratura grave

Era pra ser mais um dia qualquer na Cidade de Deus. O sol escaldante do Rio, o vai e vem das ruas, o barulho distante de fogos — ou seriam tiros? Ninguém sabe ao certo. Mas o que começou como rotina terminou em tragédia para Fênix, um vira-lata de aproximadamente 3 anos que virou vítima da violência que assola a comunidade.

O caso aconteceu na quarta-feira (13), por volta das 15h, quando o animal — que circulava livremente pela região — foi atingido por pelo menos um projétil. "Achei que fosse um rojão até ver o sangue", conta Dona Maria, moradora que prestou os primeiros socorros. "Ele tava se arrastando e chorando feito criança. Partiu meu coração."

Estado crítico

Exames no Hospital Veterinário Municipal revelaram:

  • Fratura exposta na pata traseira direita
  • Perda significativa de sangue
  • Sinais de trauma psicológico (sim, animais também sofrem com isso)

Os veterinários trabalharam contra o relógio. "É um caso complexo", admitiu o Dr. Carlos, que chefiou a equipe. "A bala danificou tecidos e o osso está em frangalhos. Vamos precisar de pelo menos duas cirurgias."

Solidariedade que renasce

Como o nome sugere, Fênix está dando trabalho para a morte. E a comunidade — tão acostumada a histórias tristes — resolveu abraçar a causa:

• Jovens fizeram vaquinha online
• Comerciantes doaram ração medicinal
• Até traficantes (isso mesmo) contribuíram com remédios

"Aqui todo mundo conhece esse cachorro", explica Roberto, líder comunitário. "Ele é tipo o mascote não oficial da quadra. Quando aconteceu isso, o povo simplesmente se uniu."

Enquanto isso, a Delegacia de Proteção Animal investiga o caso. "É crime inafiançável", alerta a delegada Fernanda. "Estamos analisando imagens de câmeras próximas." Mas, entre nós? Duvido que vão achar o culpado. Como sempre.

Fênix segue internado, sedado, com prognóstico reservado. Se sobreviver, vai precisar de meses de reabilitação. E de um milagre pra voltar a confiar em humanos — quem pode culpá-lo?