Imagine deixar seu animal de estimação, um membro da família, nas mãos de profissionais supostamente capacitados e recebê-lo de volta com marcas de uma tortura. Foi exatamente isso o que aconteceu com Luna, uma cadela da raça Shih Tzu, em um dia que deveria ser de cuidado, mas se transformou em um pesadelo de queimaduras graves e dor inexplicável.
A tutora, a administradora Stefhani Tavares, 27 anos, ainda parece estar tentando processar a sequência de eventos. Ela levou Luna para uma cirurgia de castração de rotina na ‘Animal Center’, localizada na QI 11 do Lago Sul. Uma decisão tomada com confiança, que se desfez em puro horror.
O que se seguiu foi algo de outro mundo. Ao buscar a cadela no pós-operatório, Stefhani se deparou com um cenário de partir o coração. Luna apresentava queimaduras severas nas costas e nas patas. Queimaduras de terceiro grau. A pergunta que ecoa, e que ninguém da clínica soube responder direito é: como raios isso aconteceu durante uma simples cirurgia?
O Silêncio Ensurdecedor e a Busca por Respostas
A explicação mais esdrúxula veio de um funcionário: um suposto "problema no aparelho de anestesia". Sério? Isso justifica ferimentos tão profundos? A clínica, por sua vez, tentou se esquivar da responsabilidade, oferecendo apenas custear o tratamento – que, convenhamos, é o mínimo do mínimo.
Stefhani, é claro, não aceitou. Como aceitar? Ela transferiu Luna para o Hospital Veterinário de Brasília (HVB), onde o diagnóstico oficial foi devastador: "queimadura térmica de terceiro grau". Os veterinários do HVB foram taxativos: a origem dos ferimentos era, de fato, externa. Algo aconteceu naquela mesa de cirurgia.
A dor de Luna é palpável. Ela sequer consegue se deitar ou dormir direito. Precisa de curativos diários, medicação forte para a dor e, o pior de tudo, enfrenta um longo e incerto processo de recuperação. A família, desesperada, arcou com custos que já ultrapassam R$ 3 mil – um valor que deveria ser dos responsáveis por esse desastre.
Além do Prejuízo Financeiro, a Dor que Não tem Preço
Não se engane: isso vai muito além da conta a pagar. É sobre a confiança quebrada, o trauma de um animal indefeso e a sensação de impotência diante de uma negligência absurda. Stefhani já acionou a delegacia – o boletim de ocorrência foi registrado na 20ª DP – e não vai sossegar enquanto não houver justiça.
Ela quer, no fundo, o que qualquer um de nós quereria: que isso nunca, jamais, se repita com outro animal. A ‘Animal Center’ agora precisa responder não só na justiça, mas perante a opinião pública. O caso corre sob sigilo na Polícia Civil, mas o clamor por respostas só aumenta.
Enquanto Luna luta para se recuperar, sua história serve como um alerta sombrio para todos os tutores. A pergunta que fica, ecoando mais alto que qualquer desculpa esfarrapada, é: até quando a vida dos nossos animais ficará à mercê de uma negligência tão brutal?
