Não é todo dia que uma história de desaparecimento animal tem um final — ou melhor, um quase final — tão revoltante quanto este. Na última semana, uma cadela da raça SRD, chamada Mel, sumiu sem deixar rastros no bairro São Cristóvão, em Teresina. A tutora, Maria (nome fictício para preservar sua identidade), revirou a cidade de ponta a cabeça, espalhou cartazes, fez posts desesperados nas redes sociais. Até que, num daqueles golpes de sorte que mais parecem ironia do destino, ela recebeu uma ligação anônima: "Olha, tem um cara tentando vender um cachorro parecido com o seu no Parque Piauí".
Maria não pensou duas vezes. Pegou um táxi — porque, é claro, o nervosismo não deixaria ela dirigir — e foi direto para o local. E lá estava Mel, com coleira e tudo, sendo exibida como mercadoria por um homem que, segundo ela, "não tinha a menor cara de arrependimento".
O que aconteceu depois?
O tal indivíduo, quando confrontado, tentou se justificar com uma história mal contada sobre "ter encontrado a cadela abandonada". Só que, veja bem: Mel estava com plaquinha de identificação, microchipada, e o número de telefone da tutora estava literalmente na coleira. "Ele nem se deu ao trabalho de olhar", desabafa Maria, ainda tremendo de raiva.
A situação, claro, quase virou caso de polícia. O homem, pressionado por testemunhas, acabou devolvendo a cadela — mas não sem antes soltar um "eu só queria ajudar" que deixou todo mundo com os cabelos em pé. Maria registrou um boletim de ocorrência, e a delegacia de crimes contra animais já está ciente do caso.
E agora?
Mel está bem, ainda assustada, mas já lambendo o rosto da tutora como se nada tivesse acontecido. Já Maria... bom, ela está dividida entre o alívio e a vontade de "fazer justiça com as próprias mãos", nas palavras dela. A lição que fica? Microchipem seus bichos, gente. E fiquem de olho — porque, infelizmente, tem gente por aí que vê animal de estimação como oportunidade de ganhar uns trocados.
