
Não é todo dia que uma abordagem policial vira notícia por um motivo tão triste. Em Guará, cidade do interior paulista, um cachorro acabou morto durante uma ação da polícia — e o caso deixou a comunidade em choque.
Tudo começou quando os agentes chegaram ao local para cumprir um mandado. Segundo testemunhas, o animal, que estava solto no quintal, avançou em direção aos policiais. O que aconteceu depois ainda é motivo de debate: alguns dizem que houve excesso, outros afirmam que foi legítima defesa.
"Ele era dócil, só latia. Nunca mordeu ninguém", desabafa uma vizinha, que prefere não se identificar. Já um morador próximo garante ter ouvido os policiais gritarem antes do tiro.
O outro lado da história
A polícia, por sua vez, alega que o cão representava risco iminente. Em nota, afirmaram que os agentes tentaram primeiro afastar o animal com gestos e voz de comando, sem sucesso. Só então recorreram às armas.
Mas será que não havia outra saída? Especialistas em treinamento animal questionam: por que não usar spray de pimenta ou outros métodos não letais? A discussão promete esquentar nos próximos dias.
Enquanto isso, nas redes sociais, a comoção é grande. Fotos do cachorro — um vira-lata caramelo, desses que todo bairro tem — viralizaram, acompanhadas da hashtag #JustiçaParaRex (nome dado pelos vizinhos).
E agora?
O caso foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Civil. A dona do animal, uma aposentada de 62 anos, diz que vai processar o estado. "Era meu companheiro há 8 anos", lamenta, entre lágrimas.
Enquanto a burocracia anda, a pergunta que fica é: até onde vai o protocolo policial quando animais estão envolvidos? Em tempos onde até delegacias têm psicólogos para acalmar vítimas humanas, será que não está na hora de repensar como lidar com os bichos?