
Pois é, pessoal… uma daquelas situações que a gente nem imagina que acontecem bem debaixo dos nossos pés — literalmente. Na última sexta-feira, uma operação de rotina no túnel do VLT, na Zona Noroeste de Santos, acabou revelando algo inesperado: nada menos que 25 quilos de materiais sendo usados como abrigo.
Imagina só — colchões, cobertores, roupas, até mesmo alguns utensílios domésticos. Tudo ali, no escuro e no silêncio de um túnel que deveria estar vazio. Quem diria, né?
Não era bagunça, era lar
Pois é. A equipe da Prefeitura de Santos, junto com a EMTU — aquela que cuida do transporte metropolitano —, se deparou com um cenário que vai muito além de uma simples ocupação irregular. Havia organização. Havia… vida.
Não era só lixo acumulado ou resto de coisa abandonada. Eram objetos dispostos de forma a criar um cantinho — improvisado, claro, mas ainda assim um cantinho. Quem quer que estivesse usando aquele espaço não estava só passando. Estava tentando ficar.
Segurança em jogo — e não é brincadeira
Agora, olha… por mais que a gente sinta um aperto no coração ao imaginar a situação de quem recorre a um túnel como moradia, a verdade é que a coisa é séria. Muito séria.
Um túnel é local de passagem de veículos, de sistemas elétricos, de infraestrutura que não foi feita — nem um pouco — para abrigar pessoas. O risco de acidente é altíssimo. Um curto-circuito, um incêndio, um desabamento… qualquer coisa poderia acontecer. E aí, meu Deus, ia ser tragédia na certa.
Além do perigo imediato, a presença de materiais inflamáveis e o acúmulo de umidade podem danificar a estrutura do próprio túnel — e aí o prejuízo é de todos nós.
E agora, José?
A Prefeitura já iniciou a remoção dos materiais e promete reforçar a vigilância na região. Mas a gente sabe — todo mundo sabe — que isso não resolve o problema de verdade, não é mesmo?
Retirar os objetos é uma medida necessária, urgente até, pela segurança de todos. Mas e as pessoas? Para onde foram? Será que têm outro lugar para dormir que não seja no frio do concreto?
Pensando bem… às vezes a gente fica tão preocupado com a sujeira ou com o risco que esquece de perguntar: por que alguém precisou ir parar ali?
Santos, como tantas outras cidades, vive uma crise habitacional das grandes. E operações como essa escancaram uma realidade que preferimos não ver.
Enquanto isso, a EMTU já soltou comunicado reforçando que “a área é de circulação exclusiva de veículos do sistema” e que “a presença de pessoas no local é irregular e perigosa”. E é mesmo.
Mas cá entre nós… será que um dia a gente vai conseguir oferecer alternativas reais antes que alguém precise escolher entre dormir num túnel ou na rua?
Por hoje, o túnel está sendo limpo e liberado. Mas a pergunta… essa ficou.