
Imagine a floresta respirando — e agora, sufocando. É mais ou menos esse o cenário que pesquisadores da UFOPA (Universidade Federal do Oeste do Pará) estão investigando num projeto que cruzou fronteiras. A universidade virou peça-chave num quebra-cabeça científico global sobre como o clima está virando a Amazônia do avesso.
Não é exagero dizer que o termômetro da preocupação subiu. A equipe, com cientistas de pelo menos oito países, tá mapeando desde o sumiço de espécies até o avanço de áreas secas onde antes só tinha verde. "É como assistir um paciente em tempo real", comenta um biólogo local, que prefere não ser nomeado — "o clima tá nos dando um show de horror".
O que já descobriram?
Primeiro: o óbvio ululante. Desmatamento e queimadas continuam sendo os vilões, mas agora com um coadjuvante surpresa — mudanças nos padrões de chuva tão abruptas que até as árvores mais resistentes tão passando aperto. Dados preliminares mostram:
- Tempestades concentradas em poucos dias, seguidos de secas intermináveis
- Migração forçada de animais — alguns nunca vistos fora de seus habitats originais
- Solos tão degradados que nem as raízes mais profundas aguentam
E aqui vai o pulo do gato: comunidades ribeirinhas tão acostumadas com os ciclos naturais tão precisos quanto relógios suíços tão tendo que reaprender a viver. "Meu avô sabia quando ia chover só de olhar as folhas. Hoje? Até o iPhone erra", brinca um morador de Santarém, com um riso amarelo.
Por que isso importa?
Além do óbvio — porque sem Amazônia, esquece clima estável no planeta —, o estudo tem um detalhe que faz diferença: em vez de só jogar números, tão ouvindo quem vive lá. "Cientista de laboratório não sente o chão rachando como a dona Maria sente", explica uma antropóloga do time.
Os primeiros relatórios devem sair até o fim do ano, mas já tão servindo de base pra discussões no Congresso. Será que finalmente vão ouvir a ciência? Aí já é outra história...