
Imagine um calor tão seco que faz o deserto do Saara parecer úmido. Pois é, Tupã viveu essa realidade nesta semana, com a umidade relativa do ar despencando para míseros 10%. Um número que assusta — e muito —, já que até no Saara a média fica em torno de 15%.
Ar rarefeito e perigo à vista
Não é exagero dizer que respirar em Tupã está parecendo uma tarefa hercúlea. A secura extrema do ar provoca desde ressecamento da pele até problemas respiratórios graves. Idosos e crianças, então, são os que mais sofrem.
"Parece que o ar some", comenta Maria Silva, aposentada de 68 anos. "Acordo com o nariz sangrando e os olhos ardendo como se tivessem areia."
O que fazer quando o clima vira um inimigo?
- Hidrate-se como um camelo: beba água como se não houvesse amanhã — no mínimo 3 litros por dia.
- Umidificadores são aliados: se não tiver um, improvise com bacias d'água ou toalhas molhadas.
- Evite exercícios ao ar livre: principalmente entre 10h e 16h, quando o sol está a pino.
- Hidrate a pele: cremes e loções não são luxo, são necessidade básica.
E atenção: se os sintomas persistirem, corra para um médico. Nesse clima, até uma simples alergia pode virar um problemão.
Por que Tupã virou um "forno a seco"?
Segundo meteorologistas, uma massa de ar quente e seca estacionou sobre a região — e não dá sinais de que vai embora tão cedo. "É como se tivéssemos uma tampa de panela pressionando a cidade", explica o especialista Carlos Mendonça.
Para piorar, as queimadas no cerrado (que, diga-se de passagem, estão fora de controle) colaboram para esse cenário apocalíptico. Fumaça + ar seco = combinação perigosíssima.
Enquanto isso, os tupãenses seguem na resistência, com um pé no inverno e outro no inferno — literalmente. O jeito é se adaptar e torcer para as chuvas darem as caras logo. Até lá, hidratação é a palavra de ordem.