PF Alerta: Rejeitos da CSN em Volta Redonda Ameaçam o Rio Paraíba do Sul
Rejeitos da CSN ameaçam Rio Paraíba do Sul

Parece que a história se repete, não é mesmo? A Polícia Federal acaba de soltar um relatório que dá arrepios — e não é só por causa do conteúdo técnico. Segundo os peritos, aquela montanha de rejeitos que a CSN mantém em Volta Redonda está prestes a virar uma bomba-relógio ambiental.

Estamos falando de nada menos que 3,5 milhões de metros cúbicos de resíduos industriais. Uma quantidade absurda, que daria para encher... bem, vamos deixar as contas de lado. O importante é entender que esse material todo fica bem próximo do Rio Paraíba do Sul, aquele que abastece meio estado do Rio e parte de Minas e São Paulo.

O que dizem os peritos

Os técnicos da PF foram diretos ao ponto. Eles analisaram a situação e chegaram a uma conclusão preocupante: existe "risco iminente" de contaminação das águas. A barragem que contém os rejeitos — que tecnicamente chamam de "pilha de armazenamento" — apresenta problemas sérios de estabilidade.

E olha que o perigo não é nenhuma novidade. A PF lembra que já em 2019 um laudo do CREA-RJ apontava falhas graves. Quatro anos se passaram e, pelo visto, a situação só piorou. É como deixar uma panela de pressão no fogo e torcer para não explodir.

Água que milhões bebem

Aqui é onde a coisa fica realmente séria. O Paraíba do Sul não é um rio qualquer — ele é fonte de vida para cidades inteiras. Calcula-se que mais de 8 milhões de pessoas dependam direta ou indiretamente de suas águas.

Se houver um rompimento ou vazamento em grande escala, as consequências seriam catastróficas. Pense na água que chega à torneira das pessoas, na agricultura, na pesca, no equilíbrio ambiental de uma região inteira. É de gelar o sangue.

E a CSN, o que diz?

A empresa, como era de se esperar, defende sua posição. Afirma que cumpre todas as normas e que mantém um rígido controle ambiental. Mas a PF contesta — e com dados técnicos na mão.

Os peritos federais identificaram que a empresa não fez o monitoramento adequado da qualidade da água no local. Sem falar que, segundo eles, a CSN não tem sequer um plano de ação emergencial convincente para o caso de um desastre.

Parece aquela velha história: o discurso corporativo de um lado, a realidade técnica do outro. E no meio, a população que paga o pato.

O peso da burocracia

O que mais chama atenção — e aqui vou dar minha opinião de quem já viu muitos casos parecidos — é a demora para resolver o problema. Desde 2019 se fala nisso, mas as coisas parecem andar em câmera lenta.

A PF enviou o relatório para o Ministério Público Federal em agosto, mas só agora a informação veio a público. Enquanto isso, os rejeitos continuam lá, acumulando-se dia após dia.

É como assistir a um acidente em slow motion: você vê chegando, sabe que vai ser feio, mas não consegue fazer nada para evitar.

E agora?

O MPF tem agora a batata quente na mão. Com o relatório técnico da PF, pode acionar a Justiça para exigir medidas urgentes da CSN. Multas, obrigação de fazer, talvez até paralisação das atividades — tudo está em jogo.

Mas o tempo é crucial. A estação das chuvas se aproxima, e com ela aumenta o risco de destabilização da estrutura. É uma corrida contra o relógio que, honestamente, não sei se estamos ganhando.

O que me preocupa — e deveria preocupar a todos — é que já vimos esse filme antes. Mariana, Brumadinho... Será que precisamos de mais uma tragédia para acordar?