
Não é brincadeira. O Tarumã-Açu, um dos cartões-postais líquidos de Manaus, está dando sinais claros de sofrimento. Quem vive por ali já percebeu — aquele cheiro característico de água doce já não é mais o mesmo, e a cor... bem, melhor nem comentar.
Um estudo recente — desses que a gente lê com a sobrancelha grudada na testa — mostrou que a situação tá feia. E pior: vem piorando ano após ano, como um paciente cujo quadro clínico só se agrava.
Os números que não mentem
Desde 2022, os indicadores de qualidade da água deram uma guinada para o lado sombrio. Os pesquisadores mediram de tudo:
- Oxigênio dissolvido? Quase sumiu — caiu 28%
- Coliformes fecais? Virou festa — aumento de 40%
- Metais pesados? Presentes como convidados indesejados
"É como se o rio estivesse gritando por socorro", comenta um biólogo local que prefere não se identificar. E ele tem razão. Quando a água perde sua voz, quem sofre somos todos nós.
De quem é a culpa?
Aqui entra aquela velha história do "jogo de empurra". Os especialistas apontam três vilões principais:
- Esgoto não tratado: Ainda tem muita gente achando que rio é depósito gratuito
- Resíduos industriais: Algumas empresas continuam jogando sujeira embaixo do tapete líquido
- Assoreamento: O rio está literalmente engolindo terra
Mas calma, não é só notícia ruim. Tem gente botando a mão na massa — ou melhor, na água. Projetos de revitalização começam a pipocar, ainda que devagar. "É como enxugar gelo", admite uma ativista, "mas pelo menos estamos enxugando".
Enquanto isso, os manauaras seguem na torcida — e no cobrança — para que seu rio volte a ser aquela beleza que já foi. Porque água boa não é luxo, é direito. E o Tarumã-Açu merece mais do que essa lenta agonia.