
Num mundo obcecado por cifras e balanços trimestrais, um acadêmico do outro lado do planeta lança um torpedo na lógica econômica convencional. "Estamos contando errado", dispara o professor Takashi Yamamoto, da prestigiada Universidade de Kyoto, durante entrevista exclusiva.
Enquanto governos discutem orçamentos como se proteção ambiental fosse linha de gastos supérflua, o pesquisador — que já perdeu a conta de quantas vezes pisou na floresta tropical — crava: "Cada hectare preservado vale mais do que ouro no longo prazo. Só que ninguém quer esperar".
O que os números não mostram
Você já parou pra pensar por que desmatamento aparece como "lucro" nas planilhas? Pois é. Yamamoto explica, com aquela paciência de quem ensina há décadas:
- Serviços ecossistêmicos da Amazônia valem US$ 8,2 bi/ano (sim, bilhões!)
- Regulação climática continental não tem preço — mas tem custo quando falha
- O "seguro" contra extremos climáticos? Está nas árvores, não nos bancos
E aqui vai o pulo do gato: países que investem em conservação hoje estão comprando tranquilidade para daqui a 20 anos. Enquanto isso, a conta da destruição chega mais rápido do que boletos de cartão de crédito.
Lições do outro lado do mundo
O Japão, sabe aquele país minúsculo que virou potência? Yamamoto solta uma pérola: "Nós reconstruímos um império industrial sobre ruínas após 1945. Mas natureza destruída não ressuscita com plano Marshall".
E arremata, num tom quase confessional: "Meus netos perguntam por que o Brasil não vê que tem o maior tesouro do planeta. Eu... não sei responder".
Enquanto isso, na selva de concreto:
- Fundo Amazônia tem R$ 3 bi parados
- Desmate em 2024 subiu 22% (e o clima já sentiu)
- Novos estudos mostram que floresta intacta atrai mais investimentos que soja
No fim das contas, como diz o velho ditado japonês que Yamamoto adora citar: "Árvore que vale é a que fica em pé". Resta saber se o mercado vai aprender isso antes que virem carvão.