
Parece que o mundo decidiu fazer um pacto silencioso com o plástico — e não é dos bons. Enquanto diplomatas discutem em salas com ar-condicionado, garrafas PET e sacolinhas seguem seu caminho rumo aos oceanos, sem pedir licença. E o pior? Ninguém parece disposto a frear essa farra.
Dados recentes — aqueles que fazem a gente coçar a cabeça e suspirar — mostram que a produção de plástico virgem aumentou 2,3% em 2023. Sim, você leu certo: mais, não menos. É como ver alguém acelerando em direção ao precipício e ainda pedindo gasolina extra.
O Jogo das Cadeiras Musicais Geopolíticas
Na última reunião do Comitê Intergovernamental de Negociação (INC), o que deveria ser um diálogo virou um festival de empurra-empurra. Alguns países, claro, chegaram com discursos prontos sobre "compromisso histórico", mas na hora de assinar embaixo... bem, o silêncio foi ensurdecedor.
E não é por falta de aviso. Cientistas — esses chatos de plantão que insistem em trazer fatos para a mesa — alertam: até 2040, poderíamos ter mais plástico que peixes (em peso) nos oceanos. Alguém aí gostaria de explicar isso para as futuras gerações?
Quem Paga a Conta?
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O Brasil, claro, não fica de fora dessa festa ruim. Nossas praias continuam recebendo "presentes" indesejados — e olha que nem mandamos o convite. Enquanto isso, projetos de reciclagem patinam com orçamentos que parecem piada de mau gosto.
Mas calma, nem tudo está perdido. Algumas cidades — aquelas que resolveram não esperar pelo mundo — já estão testando soluções locais. De feiras livres sem plástico a incentivos para quem devolve embalagens, as ideias não faltam. Falta mesmo é vontade política para levar isso adiante.
No fim das contas, o plástico pode até ser descartável, mas as consequências do nosso descaso? Essas vão ficar por um bom tempo — muito além da próxima reunião diplomática.