O Piauí está respirando aliviado — e com razão. Setembro de 2025 entrou para a história como o mês com a menor quantidade de queimadas registrada no estado nos últimos dez anos. Impressionante, não?
Os números falam por si: segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, foram detectados apenas 367 focos de calor em todo o território piauiense. Uma redução absurda de 76% se comparado ao mesmo período do ano anterior. Parece até milagre, mas é fruto de muito trabalho.
O que explica essa virada ambiental?
Especialistas apontam para uma combinação de fatores. As chuvas chegaram mais cedo este ano — e caíram com generosidade em várias regiões. A umidade do ar deu uma força e tanto. Mas não foi só a natureza colaborando.
O governo estadual intensificou as operações de fiscalização de forma nunca vista antes. Equipes percorreram áreas críticas, orientando produtores rurais e combatendo incêndios em estágios iniciais. A prevenção, parece óbvio dizer, mostrou-se mais eficiente que o combate.
Mudança de mentalidade
O que mais chama atenção, porém, é a mudança no comportamento das pessoas. Nas comunidades rurais, a conversa sobre queimadas mudou de tom. "A gente tá vendo que dá pra produzir sem botar fogo na terra", comentou um agricultor da região de Bom Jesus, que preferiu não se identificar.
Nas redes sociais, memes sobre o 'Piauí verde' viralizaram. A população abraçou a causa de um jeito que ninguém esperava. Até as crianças nas escolas estão cobrando os pais sobre práticas sustentáveis.
E os números não mentem
Comparando com setembro de 2024, a queda é ainda mais significativa:
- Setembro/2024: 1.543 focos de calor
- Setembro/2025: 367 focos de calor
- Redução: 76% (quase 1.200 focos a menos)
Os municípios que tradicionalmente lideravam o ranking negativo — como Baixa Grande do Ribeiro e Santa Filomena — tiveram diminuições que chegam a 80%. Algo realmente histórico.
O desafio continua
Claro que ninguém está cantando vitória antes da hora. O período crítico das queimadas vai até novembro, e o calor ainda pode pregar peças. Mas o começo é mais que promissor.
"É uma conquista importante, mas não podemos baixar a guarda", alerta um técnico ambiental que acompanha a situação há anos. "O importante é manter essa tendência nos próximos meses."
Enquanto isso, os piauienses seguem torcendo — e fazendo sua parte — para que o estado continue nesse caminho verde. Quem diria que um dia iríamos comemorar a falta de fumaça no horizonte?
