Marina Silva comemora queda no desmatamento da Amazônia: 'Dados animadores, mas desafios continuam'
Marina Silva comemora queda de 22% no desmatamento da Amazônia

Não é todo dia que a gente acorda com boas notícias da floresta, mas hoje parece que o café da manhã veio com um gosto a mais de esperança. Marina Silva, aquela ministra que não cansa de lutar pela Amazônia, soltou os números mais recentes e — olha só — o desmatamento na região caiu 22% entre agosto de 2024 e julho de 2025.

"São dados que nos animam, mas não nos deixam dormir tranquilos", avisa a ministra, com aquela voz mansa que esconde uma determinação de aço. Ela sabe melhor do que ninguém que a floresta ainda sangra por mil cortes diários.

Os números que falam (e os que calam)

O sistema DETER, do INPE, captou 5.850 km² de alertas no período. Parece muito? É. Mas no ano anterior foram 7.500 km² — uma diferença que equivale a quase duas vezes a cidade de São Paulo a menos sob a motosserra.

  • Mato Grosso lidera o ranking (nada honroso) com 31% dos alertas
  • Pará vem logo atrás com 26% — e olha que a gente já viu tempos piores
  • Amazonas completa o pódio com 18%

"Tem uma luz no fim da floresta, mas o túnel ainda é longo", brinca um técnico do ministério que prefere não se identificar. E não é pra menos — enquanto a fiscalização aperta em um lugar, os grileiros pulam para outro.

O que está funcionando (e o que ainda engasga)

Marina atribui os resultados a três pilares:

  1. Fiscalização 2.0 — satélites mais precisos e operações em terra que chegam antes dos madeireiros
  2. Políticas integradas — porque não adianta o Ibama multar se o banco ainda financia gado de área desmatada
  3. Pressão internacional — aquele olho gordo dos europeus que agora exigem café e carne sem sangue florestal

Mas calma lá, que nem tudo são flores — ou melhor, árvores. Os garimpos ilegais continuam corroendo as entranhas da floresta, especialmente em terras indígenas. E tem ainda a velha história da regularização fundiária que emperra há décadas.

"É como enxugar gelo com o ar condicionado ligado", reclama uma servidora de carreira que pediu anonimato. "Enquanto não resolvermos o nó da terra, vai ser sempre enxugar o chão com a torneira aberta."