Manifestação histórica pressiona por ações concretas na COP30
Milhares de pessoas tomaram as ruas de Belém na manhã deste sábado, 15 de novembro de 2025, durante a Marcha pelo Clima que acontece paralelamente à COP30. Os manifestantes se reuniram em frente ao Mercado São Braz, um dos principais pontos turísticos da capital paraense, e seguiram em direção ao Parque da Cidade, local que sedia a conferência do clima das Nações Unidas.
Funeral simbólico enterra combustíveis fósseis
Um dos momentos mais marcantes do protesto foi o funeral dos combustíveis fósseis, onde três caixões simbolizaram a morte do carvão, do gás e do petróleo. A encenação contou com pessoas fantasiadas de onça abrindo o cortejo, seguidas por esqueletos de 3 metros de altura. Logo atrás, um globo terrestre e outras alegorias representavam a transição energética e formas não poluentes de geração de eletricidade.
Entre as principais demandas dos manifestantes estão:
- Fim imediato da exploração e uso de combustíveis fósseis
- Preservação integral da Amazônia
- Ações mais urgentes e enérgicas por parte das autoridades presentes na COP30
Críticas à exploração na Margem Equatorial
João Talocchi, um dos organizadores do ato, foi enfático ao criticar a iniciativa do governo em explorar petróleo na Margem Equatorial amazônica. "Essa é a mensagem que a COP precisa ouir. Os cientistas já disseram que não tem como resolver a questão climática se não acabarmos com os combustíveis fósseis. É física, não dá pra negociar", declarou Talocchi.
O ativista reforçou que mais de 60 países já demonstraram intenção de integrar a jornada de abandono dos combustíveis que emitem carbono. "Quem não vier vai ficar no meio do caminho. Existem estudos que mostram que o Brasil pode ser a quarta potência do mundo se abraçar a transição energética. Ficar correndo atrás de petróleo na Amazônia não faz qualquer sentido", completou.
A COP30 tem como uma de suas principais metas estabelecer o mapa do caminho para o abandono definitivo dos combustíveis responsáveis pelo aumento da temperatura na Terra. A marcha em Belém deixa claro que a sociedade civil espera ações concretas e imediatas dos líderes mundiais reunidos na conferência.