O estado do Maranhão foi incluído entre os beneficiários de um ambicioso programa de restauração ambiental anunciado durante a COP30, em Belém. O projeto faz parte do Restaura Amazônia para Terras Indígenas, que selecionou 19 iniciativas para recuperação de áreas degradadas na região amazônica.
Investimento milionário para recuperação ambiental
O programa conta com um investimento total de R$ 123,6 milhões, recursos provenientes do Fundo Amazônia e gerenciados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O anúncio oficial ocorreu na sexta-feira (21), durante o encerramento das atividades do Pavilhão dos Círculos dos Povos na COP30.
Nabil Kadril, superintendente de Meio Ambiente do BNDES, destacou a abrangência do projeto: "A gente vem hoje a público dizer que 26 terras indígenas serão contempladas nos estados de Rondônia, Amazonas, Acre, Mato Grosso, Tocantins, Pará e Maranhão".
Números impressionantes do reflorestamento
As iniciativas selecionadas prometem resultados significativos para a recuperação ambiental:
- 3,3 mil hectares serão restaurados em 26 territórios indígenas
- 5,7 milhões de árvores serão plantadas
- 1.420 empregos serão gerados nas comunidades locais
Os projetos foram escolhidos entre 44 propostas inscritas no edital, tendo se destacado pelo potencial de impacto positivo na recuperação de áreas degradadas.
Reconhecimento do papel indígena na proteção ambiental
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, enfatizou a importância da inclusão das comunidades tradicionais nas soluções para a crise climática. "Deixamos claro que não há como pensar soluções para a crise climática, se não incluir todos e todas que protegem os territórios, que cuidam da biodiversidade", afirmou a ministra.
O anúncio consolida as ações climáticas do governo federal na Conferência do Clima, atendendo a demandas históricas de demarcação, proteção, gestão e recuperação de terras indígenas.
O Restaura Amazônia integra uma estratégia mais ampla do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, que prevê recuperar 12 milhões de hectares em todo o país. Segundo o MMA, 6 milhões de hectares já foram restaurados por meio de iniciativas de plantio e regeneração natural.
A secretária nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA destacou que a retomada do Fundo Amazônia beneficiará mais de 600 organizações da sociedade civil em três de cada quatro municípios da Amazônia.
Os projetos de restauração ecológica focarão na reconstrução do antigo Arco do Desmatamento, onde o reflorestamento construirá um verdadeiro cinturão verde no território de sete estados amazônicos, incluindo o Maranhão.
