
Parece que Manaus está prestes a dar um salto histórico - e dessa vez não é só no Carnaval ou no futebol. A prefeitura da capital amazonense, em parceria nada desprezível com o Banco Mundial, está estudando a criação de uma bolsa municipal de créditos de carbono. Sim, você leu direito: uma bolsa onde se negocia aqueles "pontos verdes" que tanto se fala por aí.
O que isso significa na prática? Bom, imagine só: empresas que emitem menos carbono do que o permitido podem vender seus "créditos extras" para outras que precisam compensar suas emissões. É como um sistema de trocas, só que com o futuro do planeta em jogo.
Do papel para a realidade
O projeto ainda está nos bastidores, é verdade. Mas já conta com uma força-tarefa envolvendo a Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas e, pasmem, o próprio Banco Mundial. Não é todo dia que uma instituição desse calibre põe os olhos em iniciativas municipais brasileiras.
O prefeito David Almeida parece estar levando a coisa a sério - e não é para menos. Durante o Fórum de Investimentos da Amazônia, ele soltou a bomba: "Estamos estudando a criação de uma bolsa de créditos de carbono municipal". A plateia deve ter ficado boquiaberta.
Por que Manaus?
Pergunta mais que justa. A resposta é quase óbvia, mas vou detalhar: a cidade está no coração da maior floresta tropical do mundo. Temos aqui um ativo ambiental que, francamente, o resto do planeta inveja. Só que até agora, essa riqueza verde não se traduzia em benefícios econômicos concretos para a população.
Pense comigo: enquanto outras regiões lucram com indústrias poluentes, a Amazônia fica com o ônus de preservar - e sem receber quase nada em troca. Injusto, não?
- Manaus abriga a Zona Franca Verde
- Tem programas de reciclagem que são referência
- E agora pode se tornar o epicentro do mercado de carbono no Norte do país
Não é pouca coisa, convenhamos.
Os números por trás da ideia
Aqui é onde a coisa fica realmente interessante. O Banco Mundial está financiando um estudo de viabilidade - e não é qualquer estudo, mas algo em torno de US$ 500 mil. Em reais, dá mais de R$ 2,5 milhões. Dinheiro que, convenhamos, não se joga fora para qualquer projeto.
O trabalho está sendo tocado pela Soluções Sustentáveis Internacional, uma consultoria que parece entender do riscado. Eles têm até outubro para apresentar resultados. A pressão está lá em cima.
E os benefícios?
Ah, essa é a parte mais gostosa de imaginar. Se der certo - e torço muito que dê -, a bolsa pode:
- Gerar uma nova fonte de renda para o município
- Atrair investimentos verdes de olho na Amazônia
- Colocar Manaus no mapa global da economia sustentável
- Criar empregos na área ambiental - que não são poucos
Não me lembro de última vez que uma iniciativa municipal teve tanto potencial transformador. Sério mesmo.
Os desafios pela frente
Claro que não vai ser um mar de rosas. Criar uma bolsa de carbono do zero envolve uma série de obstáculos - alguns bem complicados. A regulamentação, por exemplo, é um labirinto. E convencer empresas a aderir ao sistema não será moleza.
Mas o David Almeida parece confiante. Ele já adiantou que o projeto "vai dar certo" e que pode se tornar "referência para o Brasil". Otimismo de gestor ou visão de futuro? O tempo dirá.
Enquanto isso, Manaus se prepara para mais um capítulo inédito em sua história - dessa vez, vestindo a camisa da sustentabilidade. Quem diria, hein? A cidade que já foi símbolo da borracha agora pode se tornar a capital do carbono verde. A vida dá voltas, e o mercado também.