
Era mais que uma árvore. Era uma testemunha silenciosa de décadas da história de Botucatu – um ipê rosa majestoso que, de repente, se foi. A cena que se viu nesta terça-feira (26) foi, para muitos, um verdadeiro golpe no coração da cidade.
O fato ocorreu em frente a um supermercado na movimentada Avenida Dom Lúcio. Simplesmente chegaram e cortaram. Sem aviso, sem explicação, sem aquele mínimo respeito por uma vida que levou mais de cinquenta anos para se tornar o espetáculo de cores que todos conheciam.
"É um crime contra a memória da cidade", desabafou um morador que preferiu não se identificar, mas cuja voz tremia de raiva. "Essa árvore via gerações crescerem. Minha avó vinha admirar sua florada. Meus filhos cresceram vendo ela ali. E agora? Um toco".
Reação Imediata e Revolta Generalizada
As redes sociais explodiram. Quase que instantaneamente, fotos do ipê caído circularam por grupos de bairro, seguidas de uma enxurrada de comentários indignados. Como é que uma coisa dessas acontece em plena luz do dia? Quem teria autorizado tamanho absurdo?
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente foi pega de surpresa – e deixou claro que não autorizou nenhuma supressão vegetal no local. "Estamos apurando os fatos com a máxima urgência", disse um representante, soando genuinamente alarmado. "Cortar uma árvore dessas, sem qualquer autorização, é gravíssimo".
O Vazio que Sobrou e as Perguntas que Ficaram
Agora, o que resta é um vazio inexplicável na paisagem urbana e uma série de interrogações pairando no ar:
- Qual o real motivo por trás do corte tão abrupto?
- Existiria algum interesse comercial por trás da ação?
- Como evitar que tragédias ambientais como essa se repitam?
O caso já está nas mãos da Polícia Ambiental, que abriu um inquérito para investigar o ocorrido. Cortar árvores nativas, principalmente uma espécie símbolo como o ipê, sem licença é crime federal – e pode render aos responsáveis uma multa que chega a casa dos milhares de reais, sem falar nas possíveis consequências criminais.
Botucatu perdeu hoje um pedaço de sua identidade. E a população, que claramente considerava a árvore como parte de sua própria história, não vai se calar até que justice seja feita. A pergunta que fica ecoando é: até quando nosso patrimônio natural estará vulnerável à irresponsabilidade alheia?