
Parece que o Amapá resolveu entrar numa competição que ninguém queria ganhar. Em apenas sete dias, os incêndios florestais no estado deram um salto assustador de 161%. Os números são do Ibama e deixam claro: a situação está fugindo do controle.
Não é exagero dizer que a floresta está gritando por socorro. Só na última semana de setembro, os focos de calor multiplicaram-se de forma alarmante. De 47 registros, pulamos para impressionantes 123. Um crescimento que, convenhamos, dá arrepios.
O que está por trás dessa tragédia ambiental?
Especialistas apontam para a combinação perfeita — ou melhor, imperfeita — de fatores. O tempo seco resolveu dar as caras mais cedo este ano, criando condições ideais para o fogo se espalhar. E tem mais: a ação humana, seja por descuido ou intenção, está virando gasolina nesse cenário já complicado.
O que me preocupa, francamente, é que estamos falando de uma região com biodiversidade que não se encontra em qualquer lugar. O Amapá abriga ecossistemas sensíveis, que levam anos — às vezes décadas — para se recuperar de danos como esses.
E as consequências? Vão além da fumaça que vemos
Respirar está ficando mais difícil, literalmente. A qualidade do ar piora sensivelmente durante esses episódios, afetando principalmente crianças e idosos. A fauna local sofre — e muito. Animais que dependem da floresta para sobreviver perdem habitat e alimento num piscar de olhos.
E não vamos esquecer do impacto econômico. O turismo ecológico, uma das joias da coroa amapaense, pode levar uma rasteira dessas. Quem vai querer visitar uma floresta carbonizada?
As equipes do Ibama e do Corpo de Bombeiros estão trabalhando contra o relógio, mas a dimensão do problema exige mais. Muito mais. Precisa de conscientização, de políticas públicas eficazes e, principalmente, de uma mudança de mentalidade da população.
Enquanto isso, as chamas continuam avançando. E o Amapá queima — não só em temperatura, mas em prejuízos que podem ser irreparáveis.