Incêndio de Grandes Proporções Devasta Reserva Ambiental da Associação Nipo-Brasileira em Campo Grande
Incêndio devasta reserva ambiental em Campo Grande

Um verdadeiro pesadelo ambiental se abateu sobre Campo Grande nesta segunda-feira (19). As chamas — vorazes, implacáveis — tomaram conta da reserva verde da Associação Nipo-Brasileira, transformando décadas de preservação em cinzas em questão de horas. O que era um refúgio de paz virou um cenário dantesco, com fumaça espessa encobrindo o céu da capital.

Por volta das 15h30, o silêncio da tarde foi quebrado pelo cracklar do fogo avançando sobre a vegetação seca. Testemunhas relatam que o fogo começou de forma suspeita, mas ninguém sabe ao certo o que deu origem à tragédia. Seria uma bituca de cigarro mal-apagada? Uma queimada ilegal que fugiu do controle? Ou algo pior? As investigações vão ter que correr atrás do prejuízo — literalmente.

Corrida Contra o Tempo

Os bombeiros chegaram rápido, mas o fogo era mais rápido ainda. Quatro viaturas e uns 20 homens — heróis anônimos — se revezavam na linha de frente, enfrentando calor intenso e ventos que pareciam brincar de empurra-empurra com as chamas. Água, espuma, muito suor e uma dose extra de coragem. Trabalho braçal, daqueles que deixam marcas.

— A vegetação tá muito seca, o vento não ajuda — desabafou um dos soldados, com a voz cansada sob a máscara de proteção. — É uma guerra onde o inimigo não cansa.

O Que Se Perdeu?

  • Área de preservação permanente da entidade
  • Espécies nativas do cerrado sul-mato-grossense
  • Patrimônio natural que levou anos para ser constituído
  • Simbolismo cultural para a comunidade nipo-brasileira

Não era mato. Era história, memória, um pedaço do pulmão da cidade que ardeu sem piedade. A associação, que há tempos promove intercâmbio cultural entre Brasil e Japão, viu parte de seu legado ambiental virar fumaça. E olha que a gente já tá careca de saber como é difícil recompor uma área dessas.

O cheiro de queimado impregnou o ar até em bairros distantes. Moradores próximos relataram pânico — medo real de que o fogo pulasse para as residências. Alguns até começaram a molhar os telhados, precaução de quem já viu tragédia parecida de perto.

E Agora?

Quando as chamas se apagarem — e uma hora elas se apagam —, vai sobrar o estrago. A pergunta que fica: quanto tempo a natureza vai precisar para se refazer? E será que vai sobrar algum culpado para contar a história?

Incêndios assim não são acidentes; são negligências com rosto. Campo Grande perdeu um pouco do seu verde hoje. E a gente, mais uma vez, perdeu a chance de prevenir antes de remediar.

Os bombeiros ainda não afastaram totalmente o risco de reacendimento. À noite, no escuro, qualquer brasa mal-apagada vira ameaça. Fica o alerta — e a esperança de que o pior já passou.