
Não deu outra. Logo no começo da tarde deste domingo (17), um clarão avermelhado no horizonte chamou a atenção dos moradores de Mogi das Cruzes. O que parecia ser apenas mais um dia quente de inverno se transformou em cenário de caos: um incêndio de proporções assustadoras começou a devorar a vegetação numa área de mata próxima ao bairro Cinturão Verde.
Segundo relatos de testemunhas, as chamas avançavam rápido — muito rápido. "Parecia um dragão cuspindo fogo", descreveu um morador que preferiu não se identificar. A fumaça densa, daquelas que arrancam lágrimas dos olhos mesmo a quilômetros de distância, logo tomou conta do céu.
Corrida contra o tempo
Os bombeiros chegaram em menos de 30 minutos, mas a situação já estava crítica. Com ventos fortes e vegetação seca — típica desse período do ano —, o fogo se espalhava feito rastilho de pólvora. Quatro viaturas e um helicóptero foram mobilizados para o combate às chamas.
"É uma guerra desigual", admitiu um dos soldados do Corpo de Bombeiros, suando profusamente sob o uniforme pesado. "Cada minuto conta quando o fogo decide dançar dessa maneira."
Impacto ambiental
Embora ainda não haja números oficiais, ambientalistas locais já expressaram preocupação. A área atingida abrigava espécies nativas da Mata Atlântica — algumas, inclusive, ameaçadas de extinção. "Um desastre desses deixa cicatrizes que levam décadas para sarar", lamentou Maria Fernanda, bióloga que acompanha a região há anos.
Curiosamente, a mesma área havia sofrido com queimadas menores no ano passado. Seria coincidência ou negligência? A pergunta paira no ar, junto com a fumaça que ainda não se dissipou completamente.
Enquanto isso, a Defesa Civil orienta a população:
- Evitar a região para não atrapalhar os trabalhos
- Fechar janelas em caso de fumaça intensa
- Procurar atendimento médico se apresentar dificuldade respiratória
O que começou como um domingo tranquilo terminou com sirenes, helicópteros e muita apreensão. Resta saber quanto daquela mata sobreviverá à fúria das chamas.