
Parece que a natureza finalmente está cobrando seu preço. A Igua, conhecida por seus serviços de saneamento, acaba de levar uma rasteira financeira da justiça — e não foi pouco. R$ 12 milhões é o valor da multa aplicada por despejar esgoto in natura no mar da Barra da Tijuca, no Rio. Uma lambança e tanto, não?
Detalhes que indignam: segundo os fiscais, os resíduos foram lançados diretamente no oceano sem qualquer tratamento. Nem disfarçaram. O pior? A área afetada é justamente aquela onde banhistas se divertem e a vida marinha tenta sobreviver. Ironia ou descaso?
O estrago vai além da sujeira visível
Biólogos alertam — e aqui a coisa fica séria — que o impacto ambiental pode durar décadas. Corais sufocados, peixes intoxicados, e quem paga o pato? Todos nós, claro. Enquanto isso, moradores reclamam do cheiro insuportável e da água escura, coisa de filme de terror, mas real.
"É sempre assim", diz uma vendedora de coco na orla, enquanto limpa as mãos no avental. "Quando a maré enche, a sujeira volta pra areia. No verão então, nem se fala." Ela ri, mas é daquele jeito amargo de quem já perdeu a esperança.
E agora, o que muda?
A empresa — pasmem — alega que "trabalha dentro dos padrões". Só que os órgãos ambientais discordam, e muito. A multa veio acompanhada de uma ordem para regularizar o sistema imediatamente. Será que dessa vez vão cumprir? A história sugere que não.
Enquanto isso, no grupo de WhatsApp da comunidade, as mensagens não param: "Mais uma vez a gente paga o pato", "Pra variar, o povo que se lasque". O clima é de revolta, mas também de cansaço. Quantas multas serão necessárias até algo mudar de verdade?
Uma coisa é certa: o mar não fala, mas as consequências gritam. E dessa vez, o recado veio em forma de zeros — muitos zeros — no bolso dos responsáveis.