
Era pra ser um final de semana épico, cheio de música, gente bonita e aquele sol de rachar. Mas, do nada, o cenário de sonho na Praia do Léo, em Chapada dos Guimarães, virou um verdadeiro pesadelo. Literalmente da noite para o dia, a água simplesmente desapareceu.
Quem chegou na sexta-feira (18), todo animado para o festival Canta Pantanal, se deparou com um espetáculo bem diferente do que estava no ingresso: um vasto descampado de terra seca e pedras, onde antes havia um convidativo espelho d'água. O choque foi geral. Barracas montadas à toa, sons sendo desligados e uma multidão completamente perdida, sem saber o que fazer.
O Que diabos Aconteceu?
O vilão da história, descobriu-se depois, não foi a falta de chuva ou um calor excessivo. A responsável por esse verdadeiro 'sumiço' das águas foi a Usina Hidrelétrica de Manso. Sim, aquela mesma que fica rio acima. E a justificativa? Um alerta de segurança técnica, algo sobre a necessidade de inspecionar o vertedouro da barragem.
Parece coisa simples, mas não foi. A tal inspeção exigiu uma redução monstro no nível do reservatório – uma queda brusca de quase dois metros! Para você ter ideia, a vazão de água que passava pela usina foi de um tranquilo 90 metros cúbicos por segundo para um estrondoso 600 metros cúbicos por segundo. Aí, é claro, a praia simplesmente não teve chance.
E o pior: ninguém avisou com antecedência. A Defesa Civil do estado só foi comunicada na quinta-feira (17), e os organizadores do festival, que investiram uma grana preta na estrutura, ficaram sabendo praticamente junto com todo mundo. Um desastre de comunicação, pra dizer o mínimo.
Prejuízo, Muita Gente Chateada e um Futuro Incerto
A conta desse imprevisto todo não é baixa. Só de ingressos, mais de 700 já tinham sido vendidos. Fora a galera que ia comprar na hora. Some a isso o prejuízo dos comerciantes locais, que estocaram comida, bebida e contrataram pessoal extra para aguentar a demanda do evento. Um rombo financeiro e tanto para uma economia que vive basicamente do turismo.
O clima no local era de pura frustração. Turistas que vieram de longe, de estados como São Paulo e Goiás, se viram com hotel pago e nada para fazer. A organização tentou se redimir e já anunciou que os valores dos ingressos serão reembolsados integralmente. Mas, convenhamos, dinheiro no bolso não paga a expectativa quebrada e o tempo perdido.
Resta agora uma pergunta que não quer calar: como evitar que uma bomba-relógio dessas estoure de novo no colo de tantas pessoas? A falta de um protocolo claro de comunicação entre a usina, o poder público e os promotores de eventos ficou escancarada. É preciso criar regras do jogo, e rápido, antes que mais uma paisagem paradisíaca se transforme em um cenário de desapontamento.
Enquanto isso, a Praia do Léo tenta, aos poucos, recuperar seu charme. A previsão é que o nível da água volte ao normal só lá para o final de semana que vem. Até lá, só resta lembrar do que poderia ter sido e torcer para que a próxima festa não vire um drama.