Curitiba inaugura fábrica de mosquitos que combatem a dengue — veja como funciona
Fábrica de mosquitos contra dengue é inaugurada em Curitiba

Imagine um exército de insetos sendo criado não para espalhar doenças, mas justamente para combatê-las. Pois é exatamente isso que está acontecendo em Curitiba, que acaba de ganhar uma fábrica — sim, uma fábrica! — dedicada a produzir mosquitos especiais.

Não são mosquitos comuns, claro. Esses aí carregam uma arma secreta: a bactéria Wolbachia, que age como um escudo contra vírus como dengue, zika e chikungunya. A ideia parece saída de ficção científica, mas é pura ciência aplicada.

Como funciona essa estratégia?

Os mosquitos machos — que não picam, vale lembrar — são soltos na natureza para cruzar com fêmeas selvagens. Só que os ovos gerados não vingam, reduzindo drasticamente a população de Aedes com o tempo. Simples, mas genial.

"É como enviar espiões para sabotar o acampamento inimigo", brinca um biólogo envolvido no projeto, que preferiu não se identificar. A técnica, desenvolvida pela World Mosquito Program, já foi testada em 12 países com redução de até 90% nos casos.

Por que Curitiba?

A capital paranaense não foi escolhida à toa. Com infraestrutura de pesquisa consolidada e histórico de inovações em saúde pública, a cidade se tornou o laboratório perfeito. A fábrica tem capacidade para produzir até 100 milhões de mosquitos por semana — número que dá até arrepio!

Mas calma, não é como se a cidade fosse ficar tomada por enxames. A liberação é controlada e monitorada por especialistas. "É mais seguro que muitos inseticidas convencionais", garante a coordenadora do projeto, Maria Aparecida.

E os resultados?

Testes preliminares em bairros como Cajuru mostraram redução impressionante:

  • 76% menos casos de dengue nas áreas tratadas
  • Custos até 3 vezes menores que métodos tradicionais
  • Zero impacto ambiental — afinal, é a natureza agindo contra si mesma

Enquanto isso, nas redes sociais, os comentários variam entre "revolução na saúde pública" e "vai saber no que vai dar". O Ministério da Saúde, por sua vez, já estuda expandir a iniciativa para outras cidades brasileiras.

Uma coisa é certa: se der certo como esperado, essa pode ser a arma mais inusitada — e eficiente — contra as temidas epidemias de verão. Resta torcer para que os mosquitos "do bem" cumpram seu dever.