
Nem mesmo os ventiladores mais potentes dão conta de aliviar o sufoco na Península Ibérica. A Espanha está literalmente pegando fogo - e não é força de expressão. Já são 21 dias de um calor que mais parece saído do forno do diabo, com termômetros marcando absurdos 45°C em várias regiões.
Enquanto isso, as chamas avançam sem piedade. Só nesta semana, mais de 15 focos de incêndio devoraram cerca de 8.000 hectares - área equivalente a 11 mil campos de futebol. Os bombeiros, esses heróis de uniforme amarelado, trabalham no limite da exaustão.
Alerta vermelho continua
O governo espanhol prorrogou o alerta máximo até sexta-feira. "É uma situação excepcional", admitiu o ministro do Interior, visivelmente abatido. As previsões não animam: o termômetro deve continuar nas alturas pelos próximos dias.
Algumas medidas drásticas já foram tomadas:
- Proibição total de queimadas agrícolas
- Restrição de água em sete comunidades
- Fechamento de parques naturais
- Toque de recolher para trabalhos florestais
Mas será que isso basta? Especialistas em clima torcem o nariz. "Estamos colhendo o que plantamos", dispara Carlos Mendez, meteorologista da Universidade de Barcelona. Ele não usa meias palavras: "O pior ainda está por vir".
Turismo na corda bamba
O setor que movimenta 12% do PIB espanhol está sentindo o baque. Hotéis vazios, praias desertas e atrações fechadas pintam um cenário preocupante. "Nunca vi nada igual", conta Juana Morales, dona de uma pousada em Sevilha, enquanto abana o rosto com um leque desesperado.
Para piorar, vários voos foram cancelados - não por falta de passageiros, mas porque o asfalto dos aeroportos começou a derreter. Sim, você leu certo. Derreter.
Enquanto os termômetros não dão trégua, uma pergunta queima na mente de todos: até quando a Espanha vai aguentar esse inferno climático? A resposta, infelizmente, parece estar nas mãos do tempo - literalmente.