Dados revelam queda no desmatamento: governo comemora, mas especialistas pedem cautela
Dados sobre desmatamento: avanço ou ilusão?

Parece que finalmente há uma luz no fim do túnel — ou melhor, no meio da floresta. O governo federal soltou números que, em tese, mostram uma redução significativa no desmatamento nos últimos meses. Mas será que dá pra comemorar sem ressalvas? A história, como sempre, é um pouco mais complicada.

Os dados — aqueles que todo mundo espera com ansiedade — apontam uma queda de cerca de 22% na devastação entre agosto de 2022 e julho de 2023, comparado ao período anterior. Não é pouca coisa, mas também não é hora de soltar fogos. "Temos que ver o que está por trás desses números", alerta um pesquisador que prefere não se identificar — e não é por acaso.

O que os números não contam

Detalhe curioso: parte dessa redução pode estar ligada a... nuvens. Sim, aquelas mesmas que a gente vê no céu. Os satélites do INPE tiveram dificuldade em enxergar algumas áreas por causa da cobertura de nuvens — e onde não se vê, não se mede. Conveniente, não?

Outro ponto que faz arquearem as sobrancelhas: os alertas de desmatamento caíram, mas as autorizações para desmate legal aumentaram. É como se o crime diminuísse porque parte dele foi legalizada. "Tem cheiro de maquiagem", comenta um ambientalista, enquanto toma seu café amargo — tão amargo quanto a ironia da situação.

Entre a comemoração e a desconfiança

O ministro do Meio Ambiente, é claro, comemorou como se fosse gol nos acréscimos. Já os cientistas — esses chatos que insistem em olhar os detalhes — lembram que um ano de dados não faz verão. Ou melhor, não faz floresta.

  • Queda de 22% nos alertas de desmatamento
  • Cobertura de nuvens pode ter distorcido dados
  • Desmate legalizado aumentou 35%
  • Especialistas pedem análise de longo prazo

E tem mais: enquanto o governo federal bate no peito, os estados da Amazônia Legal mostram números bem menos animadores. No Pará, por exemplo, a destruição continuou firme e forte — como se as políticas nacionais fossem apenas um incômodo menor para quem está lá no front da motosserra.

No final das contas, os números são como bikini: mostram algo interessante, mas escondem o essencial. A verdadeira prova virá nos próximos anos — se é que ainda vai sobrar floresta pra medir.