
A situação está feia, e não é pouco. O sistema Cantareira — aquele mesmo que já nos deu tantas dores de cabeça — voltou a dar sinais preocupantes. Dessa vez, a crise hídrica bateu à porta do Alto Tiete com uma força que ninguém esperava para este período do ano.
Pois é, parece que a história se repete, mas com um agravante: as outorgas para novos empreendimentos que dependem de água subterrânea ou superficial foram simplesmente suspensas. Parou tudo. E olha que isso não é algo que acontece todo dia.
O que significa na prática?
Basicamente, se você tinha planos de construir algo que exigisse captação de água na região, pode esquecer por enquanto. A Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) fecharam a torneira — literalmente.
Mas não para por aí. As restrições atingem também:
- Uso para irrigação em agricultura
- Captação para indústrias
- Até mesmo alguns usos urbanos especiais
E aí você pensa: "mas estamos em setembro, época que costuma ser mais tranquila". Exato! É justamente isso que assusta. Se já estamos assim agora, imagina quando o verão chegar de verdade?
As cidades mais afetadas
A situação é particularmente delicada para Mogi das Cruzes e Suzano — duas cidades que dependem bastante dos recursos hídricos da região. Mas a lista não para por aí:
- Biritiba Mirim
- Guararema
- Salesópolis
Parece aquela reprise de um filme que ninguém queria ver de novo, não é mesmo?
O fantasma do racionamento
Olha, vou ser sincero: ninguém está falando em racionamento ainda, mas as medidas atuais são um sinal amarelo — ou seria vermelho? — bem forte. O governo estadual está acompanhando a situação de perto, e as concessionárias de água já foram alertadas.
O que me preocupa, particularmente, é que estamos repetindo os mesmos erros do passado. A população cresce, a demanda aumenta, e as soluções... bem, as soluções parecem sempre chegar atrasadas.
E tem mais: alguns rios da região já estão com vazões abaixo do considerado ideal para esta época do ano. É como se a natureza estivesse nos enviando uma fatura que deixamos para trás.
E agora?
Bom, enquanto as autoridades buscam soluções — algumas de curto, outras de longo prazo —, nos resta fazer nossa parte. Economizar água não é mais uma sugestão, é quase uma obrigação.
Quem viveu 2014-2015 sabe do que estou falando. Aquele período nos ensinou — ou deveria ter ensinado — que água é um recurso finito. E caro, quando falta.
Espero, sinceramente, que desta vez a gente aprenda de verdade a lição. Porque a conta, quando chega, não vem sozinha — traz juros e correção monetária.
Fica o alerta: o problema é sério, e parece que veio para ficar. Melhor nos acostumarmos.