Belém se transformou no epicentro do jornalismo ambiental mundial com a chegada da COP30. A capital paraense recebeu profissionais da comunicação de todos os continentes, criando um mosaico de idiomas e perspectivas no centro de mídia do evento.
Vozes globais pela justiça climática
Entre os mais de 56 mil participantes registrados, a jornalista Khaliumaa Erdenebat, da Mongólia, expressou a importância de dar voz aos países menores. "Meu país é fortemente afetado pelas mudanças climáticas, mas, por ser pequeno, quase não aparece nas discussões", revelou. "Meu papel é mostrar por que as mudanças climáticas importam para todos."
Do outro lado do mundo, o jornalista Yemalin Appolinaire Tchoki, do Benin, acompanha com atenção especial as promessas do Acordo de Paris. "Para nós, até agora, ele não funcionou muito bem", afirmou, acrescentando que "talvez em Belém seja possível um novo começo para realmente colocar em prática a justiça climática".
Experiência latino-americana nas negociações
A chilena María Julia Arana, em sua sétima cobertura de conferências climáticas, veio em busca de diferentes enfoques sobre o protagonismo da América Latina. "É uma oportunidade para todo o continente ver como podemos posicionar os temas que nos interessam", explicou a jornalista independente que atua em veículos do Chile, Argentina e Bolívia.
Enquanto isso, a brasileira Poliana Casemiro, da editoria Meio Ambiente do g1, acompanha cada movimento do evento. "Estou fazendo a cobertura de tudo aqui, bastante focada nas redes sociais... é muito corrido", contou.
Traduzindo a ciência para o público
O repórter Vladimir Neto, da TV Globo, destacou o papel fundamental da imprensa na mediação entre os debates técnicos e a população. "É nosso papel interpretar e traduzir para o público aquilo que está acontecendo na prática aqui", reforçou.
O francês Samuel Duhamel chamou atenção para o volume impressionante de conteúdo gerado diariamente. "A gente faz muitas reportagens sobre essa COP... é muito interessante", comentou, destacando também o ambiente de colaboração entre os profissionais.
Na chamada Blue Zone, área principal do evento em Belém, jornalistas se cruzam constantemente, trocando contatos e experiências enquanto produzem matérias que são enviadas para todos os cantos do planeta em questão de minutos. Com o mundo voltado para a Amazônia, a presença massiva da imprensa reforça a importância histórica deste momento decisivo para o futuro do clima global.