Amapá lidera redução do desmatamento na Amazônia com queda de 48%
Amapá tem maior queda no desmatamento da Amazônia

Amapá se destaca na proteção da floresta amazônica

O estado do Amapá alcançou uma conquista histórica na preservação ambiental, registrando a maior redução no desmatamento entre todos os estados da Amazônia Legal. Segundo dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o território amapaense apresentou uma queda impressionante de 48,15% no desmatamento no período entre agosto de 2024 e julho de 2025.

Ranking da preservação na Amazônia Legal

Os números revelam um cenário promissor para toda a região amazônica. O Tocantins liderou o ranking com redução de 62,5%, seguido pelo Amapá com 48,15%. Outros estados também mostraram progressos significativos: Roraima (37,39%), Rondônia (33,61%), Acre (27,62%), Maranhão (26,06%), Amazonas (16,93%) e Pará (12,4%).

O levantamento do Projeto de Monitoramento do Desmatamento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes) indica que a área total desmatada na Amazônia foi de 5.796 km², representando o menor índice registrado nos últimos 11 anos e uma redução de 11,8% em comparação com o período anterior.

Estratégias que funcionam: o caso Amapá

O sucesso do Amapá na preservação ambiental é resultado de uma ação conjunta entre múltiplas instituições. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), forças de segurança e outros parceiros uniram esforços em operações que priorizaram a proteção de florestas intactas e terras indígenas.

Segundo o ICMBio, no Amapá, a área desmatada caiu de aproximadamente 2.500 para 1.300 campos de futebol entre 2024 e 2025. A maior parte dessa redução ocorreu dentro de áreas protegidas, incluindo parques nacionais, reservas biológicas, estações ecológicas e reservas extrativistas.

Perspectivas para o futuro

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou o exemplo do Amapá ao afirmar: "O Amapá mostra que é possível conciliar desenvolvimento com conservação. É um exemplo para o país".

Érica Martins, analista ambiental do ICMBio, expressou otimismo sobre as metas futuras: "O país teve uma tendência de queda entre 2014 e 2018, mas entre 2018 e 2022 os números explodiram. Agora, voltamos a uma redução drástica. Só nas áreas protegidas, a queda acumulada desde 2022 é de cerca de 72%".

A especialista acrescentou que o Brasil tem chances reais de atingir a meta de desmatamento zero até 2030, desde que mantenha o atual ritmo de fiscalização e políticas de incentivo. A combinação de fiscalização rigorosa com apoio à agricultura familiar e à sociobiodiversidade aparece como estratégia fundamental para garantir o cumprimento desta ambiciosa meta ambiental.