Água com Gosto de Carvão? O Fenômeno que está Deixando Joinville em Alerta
Água de Joinville com gosto de carvão: entenda o fenômeno

Imagine abrir a torneira para beber um copo d'água e se deparar com um sabor que remete a carvão ou terra molhada. É exatamente isso que está tirando o sono de milhares de joinvilenses desde a última semana. Uma situação no mínimo curiosa – e um tanto quanto preocupante.

Segundo relatos que se multiplicam nas redes sociais e nos grupos de vizinhança, o problema não está concentrado em um bairro específico. Parece ser democrático, afetando desde o Centro até regiões mais afastadas. A queixa é unânime: um gosto e um cheiro peculiares que transformaram um ato simples em uma experiência desagradável.

Mas o que diabos está causando isso?

A Companhia Águas de Joinville, claro, está no centro das investigações. Eles confirmaram que estão cientes das ocorrências e, pasmem, já têm uma pista bastante sólida. Tudo indica que a origem do problema não está no tratamento, mas sim na fonte. Sim, na própria água bruta que chega até as estações de tratamento.

Os técnicos suspeitam de um fenômeno natural sazonal, algo que acontece de tempos em tempos. Aparentemente, uma maior concentração de geosmina está por trás do mistério. Essa substância, produzida por algas e bactérias presentes na matéria orgânica em decomposição, é famosa por seu aroma terroso e amargor característico. A natureza pregando peças, como sempre.

E aí, a água está segura para consumo?

Eis a pergunta de um milhão de dólares. A companhia garante que sim. Eles reforçam, com certa ênfase, que a água que sai das estações passa por rigorosos controles e atende a todos os parâmetros de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde. O incômodo, portanto, seria apenas sensorial – estético, como dizem os especialistas.

Mas convenhamos: beber água com gosto de terra não é exatamente agradável, mesmo que tecnicamente segura. A própria Águas de Joinville reconhece isso e está trabalhando para mitigar o problema. Ajustes no processo de tratamento, como a dosagem de carvão ativado e outros agentes, estão sendo testados para neutralizar o sabor e o odor.

Enquanto a solução definitiva não vem – e esses fenômenos naturais podem ser teimosos e imprevisíveis –, a população precisa se virar. A dica mais comum é a velha e boa: armazenar a água em jarros de vidro ou na geladeira. O frio tende a amenizar bastante o gosto residual, tornando-a mais palatável. Uma solução caseira para um problema moderno.

O fato é que Joinville virou um grande laboratório a céu aberto. De um lado, cientistas e técnicos tentando decifrar os caprichos da natureza. Do outro, cidadãos comuns transformados em degustadores involuntários. Resta torcer para que a normalidade volte logo às torneiras da cidade.