Acre em alerta: queimadas controladas são suspensas devido à seca extrema e risco de incêndios descontrolados
Acre suspende queimadas controladas durante seca extrema

O que era pra ser uma técnica agrícola virou risco iminente. No Acre, onde o sol castiga a terra e o ar parece pegajoso de tão seco, as autoridades decidiram puxar o freio de arrumação nas queimadas controladas. E não é por pouco não.

A situação tá feia — e olha que estamos só no começo da temporada de estiagem. Os números não mentem: umidade relativa do ar caindo feito manga madura, ventos que mais parecem sopro de fornalha e um calor que te faz duvidar se o inferno não mudou de endereço.

Decisão na marra

"Quando a natureza dá o recado, a gente tem que ouvir", diz um técnico do governo, esfregando os olhos cansados. A ordem veio direto da Secretaria de Meio Ambiente: proibição total de qualquer tipo de queima, mesmo as autorizadas, até segunda ordem.

Os motivos? Bom, além do óbvio (florestas pegando fogo como palha), tem um detalhe que pouca gente nota:

  • Os focos de calor já subiram 40% em relação ao mesmo período do ano passado
  • Os bombeiros tão trabalhando no limite — e a conta do overtime tá astronômica
  • A fumaça já começa a encobrir cidades inteiras, virando um problema de saúde pública

Não é exagero. Na zona rural, agricultores contam que até as cobras tão fugindo do mato seco. "Tá tudo virando pó", lamenta um produtor de 62 anos, enquanto observa sua plantação murcha.

E agora, José?

Sem poder queimar — método que, convenhamos, sempre foi questionável —, os produtores se viram num beco sem saída. Alguns tentam alternativas:

  1. Roçagem mecânica (caríssima)
  2. Adubação verde (demorada)
  3. Rezar pra chuva chegar antes da falência (improvável)

Enquanto isso, nas cidades, a população já sente na pele — literalmente — os efeitos da seca. Gargantas arranhando, olhos vermelhos e aquela tosse chata que não passa. Nos postos de saúde, as filas por problemas respiratórios dobraram. Coincidência? Difícil acreditar.

O pior? Os meteorologistas não trazem boas notícias. A massa de ar seco que encobriu o Acre parece ter gostado do lugar — e não pretende ir embora tão cedo. "Pode piorar", avisa um especialista, com aquela cara de quem não quer alarmar, mas também não pode mentir.

Enquanto isso, bombeiros fazem mutirões preventivos, limpando matas próximas a residências. "É enxugar gelo", admite um soldado, enquanto apaga mais um foco na beira da BR. Mas é o que tem pra hoje.