As árvores de ipês e outras espécies nativas são grandes aliadas do bem-estar nas áreas urbanas. Ter árvores no jardim não apenas embeleza o ambiente, mas também proporciona conforto térmico e diversos benefícios ambientais. No entanto, a escolha das espécies adequadas é fundamental para o sucesso do plantio em áreas residenciais.
Espécies recomendadas para arborização em Campo Grande
O biólogo Milton Longo explica que nem todas as árvores são indicadas para quintais residenciais. Algumas espécies necessitam de mais espaço para o desenvolvimento das raízes ou demandam cuidados específicos que podem não ser viáveis em áreas urbanas.
O g1 reuniu cinco espécies especialmente recomendadas para cultivo em Campo Grande, todas autorizadas para plantio urbano. Estas árvores compartilham características importantes: crescimento rápido, boa sombra e adaptação ao clima local.
Conheça as espécies ideais
Pau-ferro: Esta espécie de porte médio e copa ampla é ideal para áreas que necessitam de sombra constante. Como é nativa do Brasil, adapta-se bem ao clima e é resistente a diferentes tipos de solo, exigindo pouca manutenção após o plantio.
Cássia-imperial: Reconhecida por seus belos cachos de flores amarelas, esta árvore tem crescimento acelerado nos primeiros anos, formando rapidamente uma boa cobertura de sombra. É perfeita para quem deseja transformar rapidamente a aparência do quintal.
Ipê-roxo: Com sua floração intensa e espetacular, o ipê-roxo contribui para a diversidade da flora local. Oferece sombra densa, sendo mais indicado para espaços de médio a grande porte. É uma das espécies mais valorizadas em projetos de arborização urbana.
Aroeira-pimenteira: Esta árvore de pequeno porte, que alcança entre 5 e 10 metros de altura, é especialmente indicada para ruas estreitas e locais com fiação aérea. Floresce de setembro a janeiro e tem utilidades extras: sua casca pode ser usada para curtimento de couro e redes de pesca, enquanto os frutos servem como condimento culinário.
Farinha-seca: Como espécie pioneira de rápido crescimento, é frequentemente usada em reflorestamentos e na arborização de praças e jardins. Sua floração ocorre entre o final de outubro e início de janeiro, com frutos que amadurecem entre setembro e outubro.
Benefícios que vão além da sombra
Segundo o biólogo Milton Longo, essas árvores oferecem diversos serviços ambientais e ecossistêmicos essenciais. "Essas árvores proporcionam também a sequela de carbono, a atração de polinizadores e mantêm o microclima, que é super importante", afirma o especialista.
Longo ressalta que, após escolher a espécie ideal para o espaço disponível, é fundamental preparar adequadamente o solo. Nutrir a terra com fertilizantes apropriados garante o bom desenvolvimento das plantas e seu crescimento saudável.
Campo Grande: exemplo em arborização urbana
Campo Grande se destaca como uma das cidades mais verdes do Brasil, com aproximadamente 175 mil árvores viárias e mais de 160 espécies diferentes catalogadas. A diversidade é marcante: 51% das árvores são nativas do Brasil e 40% ocorrem naturalmente em Mato Grosso do Sul.
O compromisso da capital com a arborização urbana foi reconhecido internacionalmente. Em 2025, Campo Grande recebeu pela sexta vez consecutiva o título de "Tree City of the World" (Cidade Árvore do Mundo). Esta honraria é concedida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em parceria com a Fundação Arbor Day, reconhecendo a excelência na gestão das florestas urbanas.
A paisagem arborizada não apenas embeleza a cidade, mas também contribui significativamente para a qualidade de vida dos moradores, demonstrando que o planejamento urbano e a preservação ambiental podem caminhar juntos.