
Não é brincadeira não. A situação chegou a um ponto tão crítico que a paciência simplesmente esgotou. Imagine você morar num lugar onde a poeira sobe até o céu na seca e o barro vira um lamaçal intransitável na chuva? Pois é exatamente isso que os moradores dos ramais da BR-174, na altura do quilômetro 79, em Manaus, enfrentam há… bem, ninguém sabe ao certo há quanto tempo, porque a promessa de asfalto é sempre renovada, mas nunca cumprida.
E o que acontece quando o poder público vira as costas para a população? O povo se une e age. E foi isso que rolou nesta quarta-feira (20). Na marra mesmo. De madrugada, um grupo de moradores – gente comum, trabalhadores, pais de família – decidiu que chega de esperar. Eles foram para a pista e interditaram um trecho crucial da BR-174. Não foi um bloquinho de carnaval, não. Foi um protesto legítimo, um grito de socorro que ecoou através do asfalto quente da rodovia.
O clima lá? Tenso, mas pacífico. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi acionada e está no local, tentando negociar uma solução. Mas os manifestantes são claros: não saem dali enquanto não tiverem uma resposta concreta, um prazo real, um documento assalariado – qualquer coisa que saia do mundo das promessas e entre no campo da realidade.
O Cerne do Problema: Mais que Asfalto, Dignidade
O cerne da questão vai muito além de uma camada de asfalto. É sobre dignidade. É sobre ter acesso a serviços básicos. Como um carro de bombeiros vai chegar numa emergência? Como uma ambulância vai passar? Como o caminhão do gás ou o ônibus escolar vai trafegar nessa lama toda? São perguntas que não calem, que tiram o sono de qualquer um.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) – aquela turma que deveria resolver isso – diz que as obras estão em andamento. Diz. Mas o que os olhos veem e os pés sentem na estrada é uma história totalmente diferente. A impressão que fica é que o projeto ficou engavetado em alguma mesa em Brasília, esquecido junto com tantas outras promessas feitas para o interior do país.
- Trânsito Parado: Quem precisa passar pela região está tendo que se virar nos trinta, procurando rotas alternativas que, convenhamos, nem sempre existem.
- Prejuízo Generalizado: Comércio local parado, entregas atrasadas, pessoas perdendo horas produtivas do dia. O prejuízo é de todos.
- Um Desabafo Coletivo: O protesto é a ponta do iceberg de um problema crônico de abandono e de uma infraestrutura que não acompanha o crescimento das comunidades.
Enquanto isso, o impasse continua. O sol vai rachando o asfalto da BR, e a negociação segue sem um desfecho claro. Uma coisa é certa: o povo daqueles ramais já mostrou que não vai mais aceitar migalhas ou adiamentos. Eles querem asfalto. Querem respeito. E parece que só assim, fazendo barulho e incomodando, é que alguém resolve ouvir.