
Não é exagero dizer que esperar o ônibus em Franca virou uma prova de paciência — e, em muitos casos, até de sorte. A situação, que já era complicada, chegou a um ponto tão crítico que o Ministério Público resolveu botar a mão na massa. Ou melhor, botar a lei no papel.
Pois é. A Promotoria de Justiça do Meio Ambiente Natural, Artificial e Cultural da comarca de Franca moveu uma Ação Civil Pública contra o município. O motivo? A precariedade generalizada dos abrigos de passageiros. E olha, não é mimimi não. A falta de manutenção é visível, e o descaso, palpável.
O que está pegando, afinal?
Um laudo técnico feito pelo próprio MP escancarou a realidade. A maioria dos pontos não oferece o mínimo de conforto e segurança. Muitos sequer têm cobertura — imagine under the scorching sun ou naquela chuva de repente. Sem contar a sujeira, a falta de informação sobre as linhas e, em alguns, até a estrutura física comprometida, cheia de ferrugem e parafusos soltos.
Não é difícil encontrar usuários desabafando. "É um desrespeito com quem depende do transporte público todo santo dia", comenta uma senhora que prefere não se identificar. Ela tem razão. A questão vai além do incômodo: é sobre dignidade.
E agora, o que vai acontecer?
A Justiça deu um prazo — curto, por sinal — para a prefeitura se manifestar. O MP pede, nada mais nada menos, que a administração municipal apresente um projeto detalhado de reformas, com cronograma realista e fonte de recursos definida. Ou seja, chega de promessa vaga. Eles querem ver ação.
Se a prefeitura não responder direito, pode ser multada — e não é pouco. A multa diária pode chegar a R$ 5 mil, um valor que, somado, faria qualquer gestor tremer na base. A mensagem é clara: o poder público não pode negligenciar um serviço essencial.
Franca, uma cidade que se orgulha de seu desenvolvimento, não pode conviver com pontos de ônibus que mais parecem abandonados. O recado foi dado. Agora, é torcer para que a prefeitura encare o problema de frente e, finalmente, coloque o usuário do transporte público no lugar de prioridade que merece.