Entupimento de Tubulações Ameaça Revolução dos Semáforos Inteligentes em Ribeirão Preto
Entupimento ameaça semáforos inteligentes em RP

Parece que a tão sonhada modernização dos semáforos em Ribeirão Preto esbarrou em um problema bem menos tecnológico e muito mais... sujo. Literalmente. Quem diria que tubulações entupidas seriam o calcanhar de Aquiles de um sistema que promete revolucionar o trânsito na cidade?

O diretor-presidente da RP Mobi, Marcelo Salles, soltou o verbo recentemente sobre essa situação no mínimo curiosa. Segundo ele, as obstruções nas chamadas 'eletrocalhas' - aqueles dutos subterrâneos por onde passam os cabos de energia e comunicação - estão criando um verdadeiro gargalo na implantação dos semáforos inteligentes.

O que exatamente está acontecendo lá embaixo?

Imagine uma rede de tubos subterrâneos que deveria funcionar como as veias do sistema. Só que, em vez de sangue, correm cabos. O problema é que muitas dessas 'veias' estão simplesmente... entupidas. Com o quê? Ah, de tudo um pouco - terra, detritos, às vezes até obras mal executadas que comprometem a passagem.

E aí você me pergunta: mas não era só desentupir? Se fosse tão simples... A questão é que para instalar os novos equipamentos - aqueles que vão permitir que os semáforos 'conversem' entre si e com os centros de controle - é preciso passar novos cabos. E se os caminhos estão bloqueados, bem, a festa simplesmente não acontece.

E o prejuízo?

O timing não poderia ser pior. A modernização dos semáforos faz parte de um projeto maior de mobilidade urbana que, convenhamos, a cidade precisa como precisa de água. Com o crescimento do tráfego e os congestionamentos se tornando cada vez mais frequentes, cada dia de atraso significa mais estresse para motoristas, mais tempo perdido no trânsito, mais combustível queimado à toa.

Marcelo Salles foi direto ao ponto: "A gente tem um cronograma, tem a tecnologia, tem o investimento... mas esbarra nesses problemas de infraestrutura básica que, confesso, não estavam totalmente mapeados." A fala dele tem um tom daquela frustração de quem vê uma solução moderna esbarrar em problemas antigos.

E agora, José?

A RP Mobi garante que não está cruzando os braços. As equipes técnicas estão trabalhando para identificar todos os pontos críticos e encontrar soluções. Em alguns casos, isso significa criar rotas alternativas para os cabos. Em outros, infelizmente, significa intervenções mais complexas - e demoradas.

O que fica claro é que modernizar uma cidade não é só comprar tecnologia de ponta. É preciso olhar para o que está enterrado, para o que não se vê, para aquela infraestrutura invisível que, quando funciona, ninguém lembra que existe - mas quando falha, todo mundo sente na pele. Ou melhor, no trânsito.

Enquanto isso, Ribeirão Preto segue na expectativa. A promessa de semáforos que se adaptam ao fluxo de veículos, que priorizam o transporte público, que reduzem emissões e tempo de viagem... tudo isso está literalmente esperando que alguém desentupa os canos.

Ironias do desenvolvimento urbano: às vezes, o futuro depende de resolver problemas bem terrenos. E, no caso, bem subterrâneos.