Imagine acordar e não conseguir sair de casa porque a rua virou um atoleiro. Pois é exatamente essa a realidade que os moradores do Parque São Caetano, em Campos, estão enfrentando há semanas. As obras do programa Bairro Legal, que prometiam melhorias, se transformaram num verdadeiro pesadelo urbano.
O cenário é digno de filme apocalíptico: lama até o joelho, poeira que encobre tudo e a sensação constante de que ninguém se importa com quem mora ali. "A gente vira refém na própria casa", desabafa uma moradora que prefere não se identificar, com aquela voz cansada de quem já reclamou demais.
O Dia a Dia no Meio do Caos
Quando chove, vira pântano. Quando faz sol, vira deserto. Não tem meio termo. As crianças não podem brincar na rua, os idosos ficam isolados e o comércio local — ah, o comércio — sofre com a drástica redução de clientes. É como se o bairro tivesse sido esquecido pelo mundo.
O pior de tudo? A falta de comunicação. Ninguém sabe quando isso vai acabar, ninguém explica direito o cronograma. Fica aquela sensação de que estamos num barco à deriva, sem remos e sem capitão.
Entre a Esperança e a Frustração
Todo mundo quer as melhorias, claro! Mas a pergunta que não quer calar: será que precisa ser assim, tão caótico? Os moradores reclamam da falta de planejamento básico — sinalização, informações claras, alternativas de acesso. Coisas que parecem óbvias, mas que simplesmente não existem no projeto.
E tem aquela ironia cruel: um programa chamado "Bairro Legal" que está tornando a vida dos moradores... bem, nada legal. É daquelas contradições que dão vontade de rir para não chorar.
A prefeitura, por sua vez, diz que as intervenções são necessárias e pede paciência. Mas paciência tem limite, especialmente quando você precisa caminhar pela lama para comprar pão ou levar filhos à escola.
O Que Dizem as Autoridades
Procurada, a Secretaria de Desenvolvimento Ambiental e Ordem Pública — ufa, que nome grande — afirmou que está monitorando a situação. Prometem que, quando as obras terminarem, tudo ficará melhor do que antes. Mas e enquanto isso? Enquanto isso, a vida real acontece no meio da lama.
É aquela velha história: no papel, tudo funciona perfeitamente. Na prática, bem... na prática você precisa calçar galochas para ir até a padaria da esquina.
Os moradores seguem na esperança de que, no final, valha a pena todo esse transtorno. Mas confesso que tá difícil manter o otimismo quando você precisa limpar a casa três vezes ao dia por causa da poeira.
