
Quem nunca se assustou com aquela sombra rápida cruzando a parede do quarto? Pois é, essa visitante inesperada — a lagartixa doméstica — veio da África, mas hoje é mais brasileira que feijoada de domingo.
Parece mentira, mas essa pequena escaladora de paredes começou sua jornada como clandestina em navios mercantes. Chegou sem convite, mas acabou ficando — e como! De norte a sul do país, adaptou-se tão bem que hoje é praticamente um membro da família.
Do deserto para o seu banheiro
Ironia do destino: um animal que evoluiu para viver em regiões áridas agora adora um cantinho úmido atrás da geladeira. E olha que elas são exigentes — se o ambiente não estiver com temperatura entre 25°C e 30°C, nem pensam em ficar.
Alguns dados curiosos:
- Podem viver até 5 anos (quase um mandato presidencial!)
- Medem entre 7 e 15 cm (tamanho perfeito para assustar visitas desavisadas)
- Comem insetos — sim, são nossas aliadas contra mosquitos
"Mas elas soltam a cauda!" — e outros mitos
Todo mundo tem uma história de terror sobre lagartixas. A verdade? São completamente inofensivas. Não transmitem doenças, não são venenosas e — pasme — nem conseguem subir em superfícies muito lisas (adeus, vidros).
E aquela história de que soltam a cauda por maldade? Pura defesa! É como se despir de um casaco para fugir de um assaltante — dramático, mas eficaz.
Por que as amamos (ou odiamos)?
Elas dividem opiniões como política de família. Enquanto uns as tratam como pets não-oficiais — dando até nome —, outros tremem só de ouvir o barulho das patinhas na parede.
Se você é do time que não suporta, temos más notícias: elas vieram para ficar. Com sua incrível capacidade de adaptação, essas pequenas aventureiras encontraram no Brasil o paraíso tropical que nem sabiam que procuravam.
No fim das contas, talvez seja melhor aceitá-las como parte do ecossistema doméstico brasileiro. Afinal, entre uma lagartixa e um mosquito da dengue, a escolha é óbvia — mesmo que dê um susto vez ou outra.