Vaca na Pampulha: Rebanho Toma Conta de Cartão-Postal de BH e Vira Atração Inusitada
Bois tomam conta da orla da Pampulha em BH

Quem diria que um simples domingo na Pampulha reservaria um espetáculo tão bucólico — e completamente inesperado. Lá estavam eles, por volta das 8h da manhã, desfilando com toda a calma do mundo como se fossem os verdadeiros donos do pedaço. Um grupo de aproximadamente vinte bois decidiu que a orla da lagoa seria o palco perfeito para seu passeio matinal.

Os primeiros a notar a cena insólita nem acreditaram no que viam. "Pensei que estava sonhando ainda", confessou o aposentado José Ricardo, que faz sua caminhada diária no local há mais de quinze anos. "De repente, me deparei com aqueles animais enormes, majestosos, caminhando com uma tranquilidade que até nós, humanos, perdemos no corre-corre da cidade."

Um cenário que mistura o rural com o urbano

A imagem era digna de cartão postal — mas do tipo que ninguém espera encontrar em plena capital mineira. Os animais, todos machos e de porte considerável, percorreram cerca de 500 metros da orla, margeando as águas da lagoa com uma naturalidade que deixou todos boquiabertos.

E não, não era nenhum tipo de intervenção artística ou evento organizado. Segundo informações que circulavam entre os curiosos, o rebanho teria fugido de uma propriedade particular localizada nas imediações do bairro São Luiz. Uma cerca rompida, um portão aberto — o suficiente para que a aventura urbana começasse.

A reação dos belo-horizontinos

O que poderia ter sido caótico transformou-se em puro entretenimento. Em vez de pânico, os moradores e frequentadores do local reagiram com curiosidade e — por que não dizer? — uma certa dose de encantamento. Celulares surgiram de todos os lados, registrando a cena peculiar que rapidamente invadiu as redes sociais.

"É a Belo Horizonte com seu jeitinho interiorano mostrando a cara", comentou uma professora que preferiu não se identificar. "Numa cidade que cresceu tanto, ainda guarda essas surpresas que nos lembram de suas origens."

Os animais, diga-se de passagem, comportaram-se exemplarmente. Nenhum caso de agressividade, nenhum corredor atropelado — apenas um passeio tranquilo, embora absolutamente fora do comum.

E o trânsito, como ficou?

Aqui é que a coisa poderia ter complicado de verdade. A Avenida Otacílio Negrão de Lima, que margeia a lagoa, é uma das vias mais movimentadas da cidade, especialmente aos domingos quando recebe centenas de ciclistas, corredores e famílias em busca de lazer.

Mas os bois, sabiamente, mantiveram-se na área pedonal, evitando o asfalto onde os carros trafegam. Ainda assim, o espetáculo foi tanto que alguns motoristas reduziram a velocidade apenas para observar — ou confirmar se não estavam diante de uma alucinação coletiva.

O final (feliz) da história

Por volta das 10h, a aventura urbana chegou ao fim. Os proprietários dos animais foram localizados e, com a ajuda de alguns voluntários, conseguiram conduzir o rebanho de volta à propriedade de origem. Nenhum boi se feriu, nenhum humano saiu machucado — apenas com uma história inacreditável para contar.

O que fica dessa manhã atípica na Pampulha? Talvez a lembrança de que, mesmo em meio ao concreto e ao caos urbano, a natureza ainda sabe como roubar a cena. E que Belo Horizonte, apesar de metrópole, nunca perdeu completamente seu jeito de cidade do interior.

Quem presenciou o evento garante: foi melhor que muitos espetáculos pagos. E de graça. Só em BH mesmo para uma cena dessas.