
Era uma dessas tardes comuns de trabalho de campo quando aconteceu algo extraordinário. Pesquisadores do projeto Coral Vivo fizeram uma descoberta que deixou todo mundo em alerta. Dois peixes-leão, aqueles animais lindos mas perigosos, foram capturados na costa da Bahia. E olha que não foi nada fácil - a coisa aconteceu a 12 metros de profundidade, perto do Parque Municipal Marinho da Coroa Alta, em Jequié.
O que muita gente não sabe é que essa beleza toda esconde um perigo real. O peixe-leão é uma espécie invasora no Atlântico, chegou aqui sem ser convidado e está causando um estrago danado nos ecossistemas locais. Eles comem tudo que veem pela frente - e quando digo tudo, é tudo mesmo - e ainda por cima são venenosos. Uma ferroada dessa criatura pode dar uma dor dos infernos.
Um invasor que veio para ficar?
Pois é, a situação é séria. Desde 2020 que esses visitantes indesejados começaram a aparecer por aqui. Só no ano passado, foram 17 registros! E o pior: em 2025 já contabilizamos 13 aparições. Os pesquisadores estão com a pulga atrás da orelha porque isso pode significar que a espécie está se estabelecendo de vez na nossa costa.
"A gente tá monitorando isso com muita atenção", conta um dos especialistas. "Cada captura é importante, mas o ideal mesmo seria evitar que eles se reproduzam descontroladamente."
Como estão combatendo essa invasão?
A estratégia é simples, mas trabalhosa:
- Monitoramento constante das áreas mais vulneráveis
- Captura sempre que possível (e isso exige mergulhadores experientes)
- Análise dos espécimes para entender melhor seus hábitos
- Orientação aos pescadores locais sobre os riscos
Os dois peixes-leão capturados agora em outubro mediam entre 20 e 25 centímetros - tamanho considerável para a espécie. Foram levados para o Museu de Zoologia da Universidade Federal da Bahia, onde vão servir de estudo. Que fim, hein?
O que me preocupa - e deve preocupar todo mundo que gosta do nosso litoral - é o efeito dominó. Um predador desses solto por aqui pode desequilibrar toda a cadeia alimentar. Os peixes menores somem, os corais sofrem, e no final das contas todo mundo perde.
Mas nem tudo são más notícias. A captura desses dois indivíduos mostra que o sistema de vigilância está funcionando. É como diz o ditado: melhor prevenir do que remediar. Só espero que não seja tarde demais.