
Quem disse que os grandes felinos não sabem dividir o espaço? Num espetáculo raro da natureza, uma câmera de monitoramento no coração de Mato Grosso registrou algo que até os biólogos mais experientes consideram incomum: uma onça-pintada, uma parda e uma jaguatirica compartilhando pacificamente o mesmo pedaço de floresta.
As imagens — que parecem saídas de um documentário da BBC — mostram os três predadores em momentos distintos, mas no mesmo local. Primeiro, a majestosa onça-pintada, com sua pelagem dourada e manchas perfeitamente desenhadas. Depois, a mais discreta onça-parda, de cor uniforme e passos silenciosos. Por fim, a pequena mas ágil jaguatirica, quase dançando entre as árvores.
Um encontro que desafia as estatísticas
"É como ganhar na loteria da biodiversidade", comenta um pesquisador local que prefere não se identificar. A verdade é que ver essas três espécies no mesmo habitat — e ainda por cima registradas pela mesma câmera — é algo que acontece uma vez a cada... bem, ninguém sabe ao certo.
O que se sabe:
- A onça-pintada (Panthera onca) é o maior felino das Américas
- A parda (Puma concolor), também chamada de suçuarana, é extremamente versátil
- A jaguatirica (Leopardus pardalis) é a "artista da fuga" da família
E olha só que curioso: normalmente, essas espécies evitam se cruzar. Cada uma tem seu horário preferido (algumas são mais noturnas, outras crepusculares) e estratégias de caça diferentes. Mas ali, naquele pedaço preservado de Mato Grosso, parece que fizeram as pazes — ou pelo menos um acordo de não agressão temporário.
O que isso significa para a conservação?
Para os especialistas, registros como esse são mais do que belas imagens — são sinais vitais. "Quando predadores de topo estão presentes e aparentemente saudáveis, é porque o ecossistema inteiro está funcionando", explica uma bióloga que trabalha na região há 15 anos.
Detalhe importante: o local exato não foi divulgado de propósito. Afinal, onde há animais raros, infelizmente também costumam aparecer caçadores e curiosos sem escrúpulos. Mas dá para dizer que fica em uma área de transição entre o Pantanal e a Amazônia — um dos lugares mais biodiversos do planeta.
Enquanto isso, as imagens continuam circulando entre pesquisadores e conservacionistas, servindo de prova de que, às vezes, a natureza ainda consegue nos surpreender. E como!