
Parecia uma cena de filme apocalíptico, mas era a pura realidade brasileira. Na madrugada desta terça-feira, algo extraordinário — e bastante preocupante — aconteceu: o Brasil inteiro, ou quase, mergulhou nas trevas.
Não foi algo localizado, daqueles apagõezinhos que a gente até acostuma em algumas regiões. Foi algo monumental, assustador. De norte a sul, de leste a oeste, as luzes simplesmente se apagaram. Quem estava acordado naquele momento — e olha que eram horas mortas, entre 2h e 3h da manhã — viu algo que parecia impossível no século XXI.
O silêncio que veio com a escuridão
Imagina só: ar-condicionado parando de repente, geladeiras em silêncio absoluto, ruas que minutos antes estavam iluminadas agora completamente escuras. O pior? A sensação de desamparo. Quando acontece um blecaute local, você até sabe o que fazer. Mas quando é o país inteiro? Aí a coisa fica séria.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico — o famoso ONS — confirmou o óbvio: houve mesmo uma "interrupção no fornecimento de energia elétrica" que afetou todo o Sistema Interligado Nacional. Sabe o que isso significa? Basicamente, a rede que deveria ser robusta o suficiente para aguentar tranco mostrou suas fraquezas.
As consequências imediatas
Os efeitos foram os mais variados possíveis:
- Hospitais acionando geradores de emergência — felizmente a maioria funcionou
- Semáforos apagados criando um caos potencial nas poucas ruas movimentadas
- Aeroportos em alerta máximo, com voos possivelmente afetados
- Milhões de pessoas acordando assustadas com o calor ou com dispositivos eletrônicos pifando
E o mais irônico? Enquanto isso acontecia, as redes sociais — para quem tinha bateria no celular — começavam a ferver com relatos de todos os cantos. Foi aí que a dimensão real do problema ficou clara: não era só São Paulo, não era só Rio, era geral.
O que dizem os especialistas
Bom, os técnicos obviamente correram para encontrar explicações. A versão preliminar — e tome cuidado com isso porque pode mudar — fala em "problemas no sistema de transmissão". Soa vago, não? Parece aquela desculpa de "falha técnica" que a gente ouve quando algo muito complexo dá errado.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já se manifestou. Prometeu transparência e — claro — uma investigação aprofundada. Mas entre prometer e descobrir o que realmente aconteceu existe um abismo que pode levar semanas para ser transposto.
Particularmente, acho difícil engolir que um sistema todo — preparado para contingências — simplesmente desabe assim, do nada. Algo muito errado aconteceu, e não foi apenas um raio ou um transformador queimado.
Lições que ficam
Enquanto a energia voltava gradualmente — em algumas regiões mais rápido, em outras mais devagar — ficava a lição: nossa dependência da eletricidade é absoluta, e nossa infraestrutura, francamente, mais frágil do que imaginávamos.
Um evento desses deveria servir como alerta. Não apenas para os operadores do sistema, mas para todos nós. O Brasil do agro, da indústria, dos serviços — tudo depende de elétrons fluindo em fios. Quando eles param, a modernidade simplesmente desaba.
Resta saber se vamos aprender com isso ou se vamos tratar como mais um "evento isolado" — essa expressão maravilhosa que serve para tudo que é grave mas que ninguém quer assumir responsabilidade.