Angra 3: Ministro promete decisão sobre usina nuclear até dezembro após 10 anos parada
Angra 3: ministro quer decisão até dezembro

Quase uma década se passou desde que os guindastes pararam e o canteiro de obras silenciou. Angra 3, aquela que seria a terceira usina nuclear brasileira, virou praticamente um fantasma no litoral fluminense - um elefante branco de concreto e aço que consome recursos sem gerar um único watt.

Mas eis que surge um sopro de esperança no ar salgado de Angra dos Reis. Raphael Veiga, o atual ministro de Minas e Energia, soltou a bomba: quer uma definição sobre o futuro dessa obra até o final deste ano. Sim, você leu direito - 2025 pode ser o ano do veredito final.

Uma história que já dura mais que algumas novelas

Parece até enredo de filme. As obras começaram lá nos anos 80, pararam, voltaram, e desde 2015 estão completamente estacionadas. Enquanto isso, o Brasil segue dependendo de vento, água e sol - com aquela velha insegurança energética sempre pairando sobre nossas cabeças.

O ministro foi direto ao ponto durante audiência na Câmara dos Deputados. "Precisamos colocar um ponto final nessa novela", disse, com aquele tom de quem já cansou de promessas vazias. A verdade é que o governo atual herdou esse pepino e parece determinado a resolvê-lo de uma vez por todas.

Os números que assustam

Você tem ideia do que significa manter uma obra parada por tanto tempo? São custos de manutenção que não param de crescer, equipamentos que envelhecem sem nunca serem usados, e uma equipe técnica que vai se dispersando com o tempo.

  • Obra iniciada nos anos 1980 - sim, seus pais eram jovens
  • Paralisada completamente desde 2015
  • Investimentos já ultrapassam R$ 10 bilhões
  • Capacidade planejada: 1.405 megawatts

Não é pouca coisa. Dá para abastecer uma cidade de 2 milhões de habitantes, imagine só.

O que está em jogo?

Mais do que simplesmente concluir ou abandonar a obra, a discussão envolve o futuro da matriz energética brasileira. De um lado, os defensores da energia nuclear argumentam sobre sua estabilidade - não depende de chuva, vento ou sol. Do outro, os críticos lembram dos custos astronômicos e dos riscos ambientais.

"É uma decisão complexa, daquelas que deixam qualquer ministro acordado à noite", confidenciou um assessor que preferiu não se identificar. E não é para menos: seja qual for o caminho escolhido, vai gerar polêmica.

O timing é tudo

O que me deixa pensando: por que agora? Será que é a pressão por novas fontes de energia estável? Ou será que é simplesmente o cansaço de manter essa ferramenta parada no galpão?

O fato é que a Eletronuclear, estatal que toca o projeto, deve apresentar suas contas e propostas em breve. E aí, meu amigo, a bola volta para o campo do governo.

Enquanto isso, nas belas praias de Angra dos Reis, os moradores já nem sabem mais o que esperar. "A gente ouve falar nisso há tanto tempo que até esquece que tem uma usina nuclear aqui", brinca um comerciante local, mostrando como o tempo pode tornar até o extraordinário em algo comum.

Resta esperar para ver se 2025 será mesmo o ano do desfecho - ou se vamos adicionar mais um capítulo nessa que já é uma das novelas mais longas da infraestrutura nacional.