
Pois é, pessoal. A Câmara de Campinas tá pegando pesado num assunto que divide donos de pets: as tais coleiras que dão choque ou emitem sons ultra-altos pra calar a boca dos cachorros. A Comissão de Constituição e Justiça deu o aval, e agora a coisa segue pra outras comissões – e, claro, pra um debate que promete ser quente.
Não é brincadeira não. O projeto, de autoria do vereador Marcio Checker (PSDB), quer simplesmente acabar com a venda e o uso desses dispositivos na cidade. A justificativa? É simplesmente cruel. Imagina levar um choque cada vez que você tenta se comunicar. Até eu ficaria traumatizado.
O que diz, de fato, a proposta?
O texto é bem claro. Ele bane qualquer aparato que use estímulos elétricos, sonoros – aqueles ultrassons que só o dog ouve – ou vibrações com o único intuito de inibir o latido. A ideia não é só proibir o uso, mas também a comercialização. Quem descumprir, se a lei passar, pode se preparar para multas. E acredite, não serão multinhas simbólicas.
O valor arrecadado com essas penalidades teria um destino nobre: iria direto para o Fundo Municipal de Proteção e Bem-Estar Animal. Quer dizer, o erro de um ajudaria a consertar o problema de outros. Até que faz sentido, não?
E os defensores? O que argumentam?
Bom, do outro lado do ringue tem gente que defende essas coleiras como um método de adestramento eficaz. Eles alegam que, quando usadas corretamente (com a intensidade mínima e no timing certo), seriam uma ferramenta para controlar cães com latidos excessivos – aquele que enlouquece os vizinhos e vira caso de polícia.
Mas aí é que tá. Será que o fim justifica os meios? A relatora do projeto, a vereadora Paula Brasileira (PT), não poupou palavras. Ela classificou o método como uma "verdadeira tortura" e uma prática que só ensina o medo ao animal, em vez de educá-lo de forma positiva. É um ponto de vista e tanto.
E olha, a ciência parece estar do lado dela. Estudos em bem-estar animal frequentemente apontam que técnicas baseadas em reforço positivo – aquele petisco gostoso quando ele faz algo certo – são muito mais eficazes e, claro, menos traumáticas a longo prazo. Punir o latido, que é uma forma natural de expressão canina, pode até gerar outros problemas comportamentais, como ansiedade e agressividade. Medo, né?
E agora, José?
O projeto ainda não é lei. Ele ainda precisa passar pela análise das comissões de Meio Ambiente e de Finanças da Câmara. Só depois disso vai a plenário para o voto dos vereadores. Enquanto isso, a discussão tá aberta.
Para os campineiros donos de cães, fica o alerta: fiquem de olho. E que tal, enquanto isso, investir num bom adestrador que entenda de verdade a linguagem canina? Às vezes a solução mais fácil não é a melhor – principalmente quando quem paga o pato é o melhor amigo do homem.