Não é todo dia que um passeio de barco vira caso de polícia — mas dessa vez, virou. Um influenciador digital, ainda não identificado pelas autoridades, decidiu que seria uma boa ideia agarrar uma gaivota durante uma brincadeira nada inocente nas águas de Cabo Frio. A cena, claro, foi parar nas redes sociais. E olha, o estrago foi grande.
O vídeo, que circulou feito rastilho de pólvora, mostra o homem segurando a ave de forma forcada, enquanto risadas ecoam ao fundo. A gaivota, assustada e claramente estressada, tenta escapar. A natureza, é bom lembrar, não é palco para selfies.
Pois é. A coisa ficou feia tão rápido que o Ministério Público do Rio já abriu um inquérito para apurar o caso. E não, não é exagero: crime ambiental é coisa séria. Pela lei de crimes ambientais (Lei 9.605/98), maltratar animais silvestres pode dar até em detenção. Fora a multa, que não é pouca coisa.
Mas qual foi mesmo a motivação?
Boa pergunta. Parece que o influenciador em questão queria apenas “fazer uma graça” — daquelas que saem pela culatra, como você já deve imaginar. Só que gaivota não é brinquedo, muito menos objeto de conteúdo viral. É animal silvestre, protegido por lei. E o pior? A cena ocorreu em alto-mar, durante um passeio particular. Ou seja: não havia por perto ninguém pra frear a “brincadeira” de mau gosto.
Nas redes, a repercussão foi imediata. De um lado, gente chocada. De outro, quem ainda acha que “é só uma ave”. Só que não é. É um ser vivo, gente. E a falta de noção — somada ao desejo de likes — está levando cada vez mais gente a cometer barbaridades em nome do engajamento.
E agora, o que pode acontecer?
Além da investigação em curso, o influenciador pode responder civil e criminalmente. A multa pode chegar a R$ 5 mil por animal molestado — e, dependendo do grau da lesão, a pena pode subir. Detenção de três meses a um ano. Assusta? Pois é pra assustar mesmo.
E tem mais: a Polícia Civil já foi acionada. Vai apurar o caso, ouvir testemunhas e, claro, localizar o autor da façanha. Porque internet não é terra sem lei. Pegadinha, quando envolve maus-tratos, vira caso de delegacia.
Enquanto isso, a gaivota — ah, a gaivota! — conseguiu escapar. Mas não sem antes passar por um estresse desnecessário. Será que a gente ainda não entendeu que animal silvestre merece respeito? Parece que não.
E você, o que acha? Até onde vale a pena ir por uns segundos de fama?
