
Era pra ser mais um voo rotineiro saindo de Tefé rumo à capital manauara. Mas o que ninguém esperava — nem mesmo os agentes de segurança — era que uma passageira tentaria embarcar com um carregamento no mínimo inusitado. Sério, você já viu alguém tentando viajar de avião com quase setenta ovos de tartaruga-da-amazônia escondidos? Pois é.
A cena se desenrolou nesta quarta-feira (2), no aeroporto da cidade, quando fiscais da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) notaram algo estranho na bagagem de uma mulher que preferiu não se identificar. O que parecia ser uma viagem comum escondia, na verdade, 69 ovos de tracajá — uma espécie protegida por lei — cuidadosamente acondicionados.
Operação de repressão ao tráfico
A Polícia Militar Ambiental (PMAM) foi acionada rapidamente. E não deu outra: a passageira foi detida na hora. Imagina o constrangimento! Ela, que provavelmente achou que não daria em nada, viu seu plano ir por água abaixo literalmente minutos antes do embarque.
Os ovos foram recolhidos e encaminhados para o Batalhão Ambiental. Aí vem a pergunta que não quer calar: o que leva alguém a arriscar uma multa pesada — que pode chegar a R$ 5 mil — por meia dúzia de ovos? A ganância, meu amigo, a ganância.
Um crime que vai além da apreensão
O tracajá (Podocnemis unifilis, para os íntimos) é uma espécie fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas amazônicos. E cada ovo retirado ilegalmente da natureza representa um golpe na preservação dessa tartaruga que já enfrenta tantas ameaças.
O que mais preocupa — e isso é triste de se constatar — é que esse não é um caso isolado. O comércio ilegal de ovos e filhotes de tracajá movimenta uma economia subterrânea que insiste em desafiar a lei. E o pior: muitas vezes os animais são transportados em condições precárias, sofrendo durante o processo.
- Apreensão ocorreu durante fiscalização de rotina no aeroporto
- Passageira tentava embarcar para Manaus com a carga ilegal
- Multa pode chegar a R$ 5 mil por infração ambiental
- Espécie é protegida por lei federal
Agora a mulher responde por crime ambiental perante a Justiça. E os ovos? Bem, esses foram salvos de virar iguaria ou animais de cativeiro ilegal. Uma pequena vitória numa guerra que parece não ter fim.
O caso serve de alerta: o Amazonas não vai fechar os olhos para quem insiste em tratar a rica biodiversidade local como mercadoria. E dessa vez, o flagrante aconteceu bem onde ninguém esperava — no corredor de embarque de um aeroporto.