O Vale do Jequitinhonha virou palco de uma verdadeira investida contra a destruição do meio ambiente. Onze pessoas acabaram algemadas numa operação que mexeu com as estruturas do crime organizado na região. A coisa foi séria.
Pois é, a Polícia Civil de Minas Gerais não estava para brincadeira. Desencadeou a Operação Querência — nome que, convenhamos, soa quase poético para algo tão duro — com o claro objetivo de cortar pela raiz uma série de delitos ambientais que vinham acontecendo por lá.
O que a polícia encontrou
Os mandados de busca e apreensão se espalharam por quatro municípios: Minas Novas, Turmalina, Capelinha e Veredinha. A lista do que foi apreendido dá uma dimensão do problema:
- Duas espingardas, sendo uma delas artesanal
- Munições de diferentes calibres
- Dois veículos que estavam sendo usados nas atividades criminosas
- Pequena quantidade de drogas
- Celulares e uma porção de documentos
Não era crime pequeno, não. As investigações — que começaram lá atrás, em 2023 — apontavam para um esquema organizado de extração ilegal de madeira, caça predatória e até mesmo incêndios criminosos. Uma combinação perigosíssima para o frágil equilíbrio ambiental da região.
As acusações são graves
Os investigados agora respondem por um pacote completo de crimes ambientais. Estamos falando de extração ilegal de madeira, caça sem qualquer licença, incêndios dolosos e formação de organização criminosa. Isso sem contar os crimes de posse ilegal de arma de fogo e receptação.
O delegado Geraldo Rocha, que coordenou a operação, foi direto ao ponto: "O objetivo era desarticular esse grupo que agia de forma organizada, causando danos significativos ao meio ambiente da região". E parece que conseguiram.
O que mais chama atenção é a sofisticação do esquema. Não era um ou outro agindo por conta própria, mas uma rede estruturada — o que torna tudo ainda mais preocupante.
Um problema que vai além das árvores
Quando se fala em crimes ambientais, muita gente pensa apenas na madeira que some ou nos animais caçados. Mas o buraco é mais embaixo. Essas atividades ilegais geram um ciclo vicioso de degradação que afeta solo, água, clima e, claro, as comunidades que dependem desses recursos.
O Vale do Jequitinhonha, conhecido por suas belezas naturais e também por suas dificuldades socioeconômicas, não merecia esse tipo de exploração. A operação chega como um sinal de que tem alguém de olho.
Agora, os presos passam pelo chamado "rito encurtado" e aguardam a decisão judicial sobre suas situações. Enquanto isso, a população local espera que ações como essa sirvam de exemplo para quem ainda pensa em lucrar às custas da natureza.
Resta saber se a operação conseguiu mesmo desmantelar toda a estrutura criminosa ou se era apenas a ponta do iceberg. O tempo — e as investigações que continuam — dirão.
