
A realidade no sertão pernambucano é de partir o coração. Quase seis meses — sim, você leu direito — sem uma única gota de chuva significativa. A terra rachada parece pedir socorro, mas o céu permanece implacavelmente azul.
Em Petrolina, a situação beira o desespero. Os reservatórios que abastecem a região estão chegando a níveis críticos, tão baixos que dá até medo de pensar no que vem por aí. E olha que não é exagero — a coisa está feia mesmo.
Agricultura à Beira do Colapso
Os agricultores, esses heróis anônimos do sertão, estão vendo anos de trabalho ir literalmente por água abaixo — ou melhor, pela falta dela. As plantações de milho e feijão, que normalmente sustentariam famílias inteiras, agora são um retrato triste da seca.
"A gente planta com esperança, mas colhe só poeira", desabafa um agricultor local, com aquela resignação típica de quem conhece o sofrimento da terra seca. E não é para menos — as perdas já passam de 70% em algumas propriedades.
O Drama da População
Enquanto isso, nas comunidades rurais...
- Carros-pipa se tornaram a única fonte de água para muitas famílias
- O racionamento já é realidade em vários municípios
- Poços artesianos estão secando um após o outro
É uma situação que me faz pensar: como é possível que em pleno 2025 ainda tenhamos brasileiros sofrendo com falta de água básica?
As autoridades, claro, prometem soluções. Mas entre promessas e ações concretas existe um abismo — e o povo do sertão sabe disso melhor do que ninguém. Enquanto os discursos rolam soltos em gabinetes refrigerados, a população enfrenta o calor de mais de 35 graus sem a garantia de um copo d'água amanhã.
O que mais me preocupa é que essa não é uma crise passageira. Os especialistas alertam que podemos estar diante de um novo ciclo de secas prolongadas, algo que exige muito mais do que medidas paliativas. Precisa de planejamento, investimento em infraestrutura hídrica e, principalmente, respeito por quem vive nessa região tão castigada.
Enquanto isso, o sertanejo segue resistente. Com aquela fé que só quem nasceu no semiárido conhece. Mas fé, infelizmente, não enche tanque de água nem salva lavoura. A hora de agir era ontem — amanhã pode ser tarde demais.