Não foi só impressão. Quem acordou em Piracicaba nesta quarta-feira (14) sentiu na pele — ou melhor, na garganta — o ar mais seco do ano. A cidade bateu um recorde nada agradável: a umidade relativa do ar despencou para míseros 18%, segundo dados do Ciiagro/Unicamp. Um número que faz até o deserto do Saara parecer úmido.
Ar rachando a pele
"Isso aqui tá pior que forno desligado", reclamou a aposentada Maria das Dores, 68, enquanto tentava umedecer o ar com toalhas molhadas — técnica de vó que voltou à moda. E não é pra menos. Quando o termômetro marca menos de 30%, a OMS já considera estado de atenção. Abaixo de 20%? Emergência.
Os efeitos são os que você imagina:
- Sangramento nasal (sim, aquele negócio chato)
- Pele mais ressecada que biscoito esquecido no pote
- Olhos irritados — parece que alguém jogou areia
- E aquela tosse seca que não dá trégua
Alerta geral
Os médicos da região estão com a pulga atrás da orelha. "Nessas condições, até pessoas saudáveis podem ter problemas", alerta o pneumologista Dr. Carlos Mendonça. Idosos e crianças? Melhor nem sair de casa entre 10h e 16h.
E olha que o pior pode estar por vir. A massa de ar seco que estacionou sobre o estado não dá sinais de ir embora tão cedo. "Até sexta-feira a situação permanece crítica", avisa a meteorologista Ana Beatriz, do Climatempo.
Dicas para não virar um jerimum
Não adianta reclamar do tempo — ele não vai mudar por causa disso. Melhor se adaptar:
- Beba água como se fosse seu emprego (2-3 litros no mínimo)
- Umidificadores ou bacias d'água salvam vidas
- Protetor solar nem se fala — mas hidratante corporal também não pode faltar
- Exercícios físicos? Sombra e água fresca (literalmente)
Ah, e os pets! Eles sofrem tanto quanto a gente. Deixar potes d'água extras pela casa é sagrado.
Enquanto isso, os piracicabanos torcem por aquela frente fria salvadora — mas pelo visto, vai ter que aguentar mais uns dias nesse "forno de biscouto", como dizem os mais antigos.
