Quem acordou em Campinas nesta semana precisou de mais do que um casaco — precisou de coragem. Os termômetros marcaram números que não se via há tempos, e a cidade acordou envolta num manto de frio que fez até os mais resistentes tirarem do armário aquela blusa esquecida.
Segundo dados meteorológicos, a média das mínimas em agosto ficou 3°C abaixo do esperado. "Parece que o inverno resolveu compensar os anos mais amenos de uma vez só", brinca o aposentado João Silva, enquanto toma seu café com leite fumegante num boteco da região.
Números que falam por si
- Dia 12/08: mínima de 6,2°C — recorde mensal
- Média histórica para agosto: 13°C
- Média deste ano até agora: 9,8°C
Nas redes sociais, os memes se multiplicam mais rápido que gripes. De "Campinas virou Curitiba" até fotos de termômetros com a legenda "Socorro!", o humor típico do brasileiro aparece até nessa situação.
E não é só desconforto. O comércio local sente o impacto: "Vendi mais aquecedores nessa quinzena que em todo o ano passado", conta a comerciante Maria Souza, enquanto arruma uma pilha de cobertores que mal chegaram e já sumiram das prateleiras.
Efeitos além do esperado
Até os animais do Bosque dos Jequitibás receberam cuidados especiais. "Aumentamos a alimentação calórica para os bichos e instalamos abrigos com isolamento térmico", explica o biólogo responsável, que prefere não ver seu nome estampado — afinal, o trabalho fala por si.
Enquanto isso, os agricultores da região torcem para que as geadas não cheguem com tanta força quanto em 2021. "Aquele ano foi devastador", lembra o produtor rural Antônio Mendes, enquanto verifica a previsão do tempo pelo quinto vez na manhã. "Mas até agora, está frio, mas sem extremos."
Para os próximos dias? Alívio gradual. Mas ainda bem que aquele casaco pesado vai continuar útil — pelo menos até o fim do mês, quando o inverno deve começar a ceder lugar à primavera. Ou será que não?
