Alto Tietê: Volume de chuva dispara 9 vezes em setembro, mas reservatórios seguem em estado crítico
Chuvas aumentam 9x no Alto Tietê, mas reservatórios críticos

Parece aquela história de "quase, mas não bastante". Setembro chegou com uma generosidade de dar esperança - as chuvas no Alto Tietê simplesmente explodiram, ficando nove vezes acima do que se via no mesmo período do ano passado. Mas aí a realidade dá sua cartada: o sistema que abastece milhões de pessoas na Grande São Paulo continua operando com apenas um quarto de sua capacidade total. É como encher um copo furado, sabe?

Os números são impressionantes, mas também frustrantes. Enquanto em setembro de 2024 choveu apenas 13,9 mm, este ano o volume chegou a 125,8 mm. Uma diferença brutal que, em qualquer outra circunstância, seria motivo de comemoração. Só que o problema é mais embaixo - literalmente.

O paradoxo das águas

O que acontece é que essas chuvas, embora volumosas, não caíram nos lugares certos ou na intensidade necessária para realmente reabastecer os reservatórios. É aquele velho dilema: muita água correndo, pouca água acumulando. O Sistema Alto Tietê, que é vital para 5 milhões de pessoas na região metropolitana, segue com apenas 25,3% de sua capacidade - um número que assusta qualquer um que acompanhe a situação hídrica.

E olha que a coisa é séria. A Sabesp não esconde a preocupação. Eles monitoram diariamente a situação, e os técnicos explicam que não basta chover - tem que chover de forma consistente e nos locais de recarga dos mananciais. Do contrário, é como molhar a superfície de um solo rachado: a água evapora rapidamente sem penetrar fundo o suficiente.

Comparação que preocupa

Quando colocamos na balança, a situação fica ainda mais clara. O Cantareira, outro gigante do abastecimento, está em situação ligeiramente melhor - 35,7% da capacidade. Mas "melhor" aqui é um termo relativo, porque ainda estamos falando de números bem abaixo do ideal para esta época do ano.

Os especialistas são unânimes em um ponto: precisamos de muito mais. E não apenas de chuvas isoladas, mas de uma sequência constante que permita a recuperação dos aquíferos e dos reservatórios. A população, claro, sente na pele essa incerteza. Quem vive na região sabe que não pode baixar a guarda quando o assunto é consumo consciente.

O que resta é torcer - e economizar. Porque a natureza até que fez sua parte em setembro, mas o desafio continua enorme. E ninguém quer repetir os fantasmas da crise hídrica de anos anteriores, não é mesmo?